sábado, 26 de janeiro de 2013

Quando a TV presta um serviço negativo à sociedade.


Deixando de lado o fato de que é uma obrigação à imprensa ter que ser imparcial, buscar a verdade acima de qualquer interesse, prestar um serviço de informação que vá ao encontro dos interesses sociais da comunidade a qual aquela empresa de comunicação participa, às vezes a busca da informação e a luta por audiência é tão acirrada que esses operadores da informação não medem esforços na montagem de uma determinada reportagem e mais, não conseguem dimensionar até onde “essa informação” pode ser interessante e venha a ter aquele cunho social e relevante para as pessoas.
Dia destes, assistindo ao jornal do SBT, (aquele da entrada da noite), tenho que confessar que fiquei intrigado com o tema abordado numa determinada reportagem deste veiculo de comunicação, onde o repórter havia adquirido em várias “bocas de fumo”, da cidade de São Paulo, uma dose de cocaína, encaminhada a um laboratório de Campinas para apurar, dentre outras coisas, qual era o grau de pureza “daquele produto”.
De posse dos resultados, foram mensurados em um mapa da cidade e mostrados no vídeo, os locais onde o “produto” tinha mais mistura e, pastem, onde realmente “estava purinha” e apta ao consumo “sem prejudicar a saúde”. Ora senhoras e senhores, de duas uma, ou alguém devia ou favor especial ao dono do ponto, no bairro onde o “produto” levou um selo de 98,5 % de pureza, para deleite de seus consumidores, ou estava de bronca pelo “produto” ruim vendido num outro determinado local, também apontado na reportagem, com pouco mais de 68% de pureza.
Agora, imaginem o fluxo de gente seguindo a informação do jornal, um veiculo de comunicação de circulação nacional, dirigindo-se ao local onde poderiam adquirir pelo mesmo valor de outros pontos, um “produto” quase cem por cento puro e mais, dimensionem o tamanho e rotatividade que tomou “essa boca”. Se o dono dividir em cotas “essa empresa” e colocar na Bovespa, vai “estourar a bola do balão”.
Mas, deixando a ironia de lado, há que se perguntar: Onde está o social desta reportagem? A quem ela se presta? Tirando os traficantes e os viciados, que se serviram de uma informação importante, no mundo e no mercado deles, onde pode estar a utilidade publica e social de uma informação destas. Divulgar onde tem e vendem “o produto” puro serve apenas para fomentar e estimular mais o consumo de drogas, destruindo mais lares, famílias e pessoas.
Que me desculpem os editores do jornal, o tema até poderia ser abordado apontando as misturas que os traficantes colocam no “produto”, mas identificar a região onde é melhor ou pior o tal “produto” foi uma informação que não deveria ser tornada publica. 
            Olha, foi mal isso.

Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com

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