segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O apertador de parafusos


             Fazer um comentário acerca de uma fabula que corre solta pela internet com varias versões e, dependendo do local, troca alguns nomes e objetos, mas a essência sempre é a mesma, já que trata da competência, capacidade e, principalmente, do conhecimento, que cada individuo possui e que é só seu não é assim “tão complexo”. Difícil, nos dias de hoje talvez seja mensurar o valor que o conhecimento e a competência tem em cada pessoa e, mais ainda, o reconhecimento por parte de quem venha a usufruir desse talento.
            A estória pode ter acontecido em uma grande empresa do Japão, em Hong Kong, na Rússia ou na Índia ou ainda dentro de uma grande empresa alemã ou, quem sabe, nos arredores de Nova York, mas com certeza, será familiar a muita gente.
            “um certo conglomerado do setor telecomunicações adquiriu um computador de ultima geração, capaz de produzir e organizar bilhões de chamadas por segundo, o que iria propiciar a essa holding finalmente a possibilidade de dominar o mercado de celulares e comunicações através de inúmeros aplicativos dos iphone, incluindo aí acessos em 3 e 4G para internet. A mais retumbante revolução em se tratando de melhorar a vida dos usuários e dominar o mercado, com faturamento multiplicado geometricamente.
            Depois de tudo funcionando, novos produtos no mercado, os fabricantes do oriente não conseguindo vencer a demanda de tantos e variados aparelhos (claro, é no oriente que estão as linhas de produção). Exatos três meses depois não é que dá um tilte e o supercomputador simplesmente desligou, parou de operar, criando transtornos a milhões de usuários em varias partes do mundo, já que todos os produtos eram lançamento mundial.
            Em dois dias o prejuízo era incalculável, ações despencando nas bolsas europeias, ameaça de recessão em alguns países, aparelhos encalhados nas lojas. Parou tudo. A empresa que havia fornecido o supercomputador relatou que a garantia era de três meses, dada à complexidade do mesmo.
            Então, requisitou-se os serviços de um técnico que prontamente os atendeu e, considerando a importância e gravidade do momento fora acompanhado pelo presidente da holding no trabalho de detecção do problema.
            O técnico chegou com sua maletinha de ferramentas, olhou, ligou a tomada, desligou-a novamente, olhou em cima e atrás do equipamento, tirou uma chave de fenda, apertou dois parafusos, ligou-o na tomada e zuumm, novamente a maquina de milhões de dólares voltava a operar na sua plenitude.
            O presidente da empresa estava realizado com o feito, pois todo o projeto estava salvo e o lucro voltaria num piscar de olhos. Considerando que o conserto não durara mais do que cinco minutinhos, foi logo perguntando quanto custaria o conserto, no que o técnico respondeu de pronto que custaria US$ 1.000,00 dólares. O caro presidente esbravejou que aquilo era loucura, pois não poderia ser cobrada aquela exorbitância, considerando o tempo gasto na realização daquele serviço exigindo, assim, que o mesmo fosse especificado na nota. O que o técnico assim o fez:
Apertar 02 parafusos
           US$      10,00
Saber quais os parafusos a apertar
           US$    990,00
Total
           US$ 1.000,00

             Eis aqui a essência do valor do conhecimento. Ele é só teu e ninguém pode dimensionar de quantas coisas boas da vida você abriu mão para angariar esse conhecimento, quantas horas de estudo, quantas noites em casa, quantos sorrisos não dados, quantas horas de namoro não curtidas justamente para usufruir e ter um diferencial que é só teu.
            Portanto, jamais permita que alguém coloque preço no teu conhecimento ou tente se beneficiar das coisas que você sabe. O mundo esta cheio de preguiçosos presunçosos que nada mais fazem além de tentarem sugar o seu conhecimento e usa-los como trampolim para alçarem lugares que, por justiça seriam seus.
Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com

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