quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mal-entendido ou... Bem-entendido no Rio de Janeiro.


               A noticia de mais um “ato de racismo” praticado, desta vez, no Rio de janeiro remexe numa ferida que teima em permanecer aberta na cultura do Brasil e, sistematicamente coloca na pauta de discussões o porquê de eventos dessa natureza continuarem a acontecer se, é sabido que, quando descobertos e comprovados, a repercussão negativa cola, literalmente falando, na pessoa ou empresa que realiza a segregação.
            Nesse caso da cidade do Rio de janeiro é até meio estranho que ainda aconteça atos de racismo já que, particularmente nessa época, a grande sociedade carioca esta acostumada a “subir o morro” e participar dos ensaios das escolas de samba e, em muitos casos, chega até a pagar a peso de ouro, “virar componente da comunidade” e participar dos desfiles na Marques de Sapucaí. Possivelmente esse gerente aí da concessionária de carros seja um desses “privilegiados” que sobe o morro e banca “o coronel”.
            Mas o que realmente chama a atenção nesse episodio lastimável, é o fato de que o “ato de racismo” se deu por uma pessoa que, em tese, estaria preparada para dirigir uma grande equipe de pessoas, de uma empresa com nome no mercado e, notadamente reconhecida por atender pessoas requintadas, de gosto mais apurado, bem vestidas e, principalmente, por venderem um produto caro e com etiqueta. Será que esse “gerente” não percebeu que a criança estava bem vestida e se fazia acompanhar pelo casal, seus clientes, os quais iriam lhe proporcionar uma bela comissão no salario? Vai ver ele sequer tenha percebido esses detalhes, mirou apenas na cor da pele da criança e, mesmo na presença do casal, tenha tomado essa atitude que, pode ser que seja até natural e corriqueira e, talvez já até tenha feito anteriormente com outras crianças negras naquele local.
            Possivelmente esse episódio trará uma punição exemplar a esse “gerente”, pois empresas desse porte não admitem sua marca envolvida em incidentes que traga repercussão negativa junto à sociedade, considerando ainda, o desdobramento desse fato na imprensa americana.

            Talvez seja uma maneira desagradável e amarga desse “gerente” descobrir que, por estar ocupando um cargo importante, não tem a prerrogativa de tratar, quem quer que seja, pela cor da pele e simplesmente, percebido o engano dizer “foi um mal-entendido”, bem-entendido, entendeu?

Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com

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