terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Nação que ainda não aprendeu a gostar dos seus.


          O Brasil, enquanto nação, evidentemente que evoluiu muito nos últimos 15 anos, deixando de ser um País do futuro para se tornar um País do presente, atual, que tem sabido crescer, se modernizar e fazer o chamado equilíbrio econômico, concatenando produção com exportação e superávit na balança comercial.
           Quando o País alçou o patamar de flutuar pela 6ª economia mundial, formando o chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), comemoramos e muito, pois enquanto nação e povo, finalmente iriamos usufruir do nosso potencial de produção e riquezas naturais.
Não, não, não. Ledo engano para todos.
O pior de não ter dinheiro para investir em segurança, saneamento básico, educação e estrutura de mobilidade urbana e estradas para escoamento da produção, é ter grana e não saber fazer chegar ao destino final às verbas disponibilizadas para tal.
Acho que não é chegada a hora ainda de, por exemplo, se vangloriar de emprestar dinheiro para o FMI, querendo “se dar um ar de grandeza” que não temos, quando a 60 km de Brasília já não tem sinal de telefone celular, quando não temos rodovia para escoar a produção do Centro-Oeste, quando ainda morrem cidadãos brasileiros na porta do hospital porque leito já não há e os corredores estão cheios e, para os que estão baixados, sequer há comida para ser servida e mais, quando uma trabalhadora dá a luz no carro ou na calçada porque o hospital nega atendimento. Não se pode emprestar um dinheiro que já esta fazendo falta na hora de aparelhar uma segurança publica que funcione e transmita essa segurança que a sociedade quer, tendo a certeza que vai sair pela manhã, sem ser violentado no seu mais sagrado direito de ir e vir com tranquilidade.
Acho que ainda não temos que nos orgulhar de realizar copa do mundo e olimpíadas, quando bilhões de reais estão sendo investidos nesses eventos e temos um montão de brasileiros passando fome, sem casa, sem energia e, pasmem se vocês não sabem: sem um copo de água para beber. Mas... QUE PAÍS É ESSE? Alguém precisa dizer aos “poderes constituídos” dessa Nação que o Nordeste do Brasil também é brasileiro e aquele povo clama a cada dia por ajuda, mendiga um misero copo de água, um pão seco, um feijão com farinha.
É..., mas talvez realmente não tenha grana para esse povo sofrido, esquecido e relegado à própria sorte, já que temos que deixar o “MARACA” e o “FIELZÃO” belos e pomposos, para inglês ver e pensar que já somos País de primeiro mundo.
O que me envergonha, enquanto brasileiro, é perceber que as coisas se sucedem de maneira negativa, já fazendo parte da rotina de cada brasileiro e ninguém critica, levanta a voz ou faz alguma coisa. Se fosse o contrario, talvez aquela comunidade da Serra Carioca onde a chuva destruiu inúmeras casas já tivesse com suas moradias erguidas e em local seguro, não a grande maioria das pessoas acampadas, como trapos humanos e esquecidos pelo poder publico e, com certeza, os nordestinos da caatinga, ao menos água para beber teriam, já que a saga deles, em função da seca, vem desde a fundação da Republica.
        Ainda não podemos dizer que somos o País do luxo, enquanto estivermos varrendo uma imensa fatia da sociedade que esta a margem de tudo que tem acontecido de bom, para baixo do tapete e vivermos de devaneios elitistas na nossa sala, quando na cozinha, às vezes, só tem pão e água.

Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com

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