terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A mão que afaga é a mesma que fere.


              Até causa certa surpresa para nós que habitamos um pouco abaixo da linha do equador, uma nação que esta na parte mais alta da pirâmide, quando se fala em desenvolvimento tecnológico, econômico, liberdade de expressão e segurança, volta e meia ser sacudida por massacres, invariavelmente, contra suas crianças. Quando o senso comum apontaria para que, justamente, seus filhos inocentes fossem os mais protegidos, já que é a nação mais bem armada do mundo, são justamente eles, os pequenos americanos, que ficam a mercê e na linha de tiro de seres desajustados que o Sistema não consegue detectar e atuar em ações preventivas que inibam esses atos.
            Se formos olhar no histórico de construção do País, há que se perceber que esse habito “da arma na cintura” moldou suas fronteiras e criou uma nação, logo esta no gene de cada cidadão americano, sendo uma cultura que vem de seus primórdios e hoje, esta previsto na segunda emenda de sua Constituição.
             A luta de Mr. Obama, tirando todo o ranço histórico do habito e que orbita em cada cérebro do cidadão americano, considerando ainda que todas as mudanças que limitam a liberdade de qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, geram por si só, uma oposição natural, ainda que aja todo esse histórico de chacinas que sacodem e causem uma comoção global quando se atentam contra tantas vidas, vai ser ingrata. Junte – se a isso na defesa de se manter esse direito, a campanha da Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês), que não poupa lobby e, tão pouco, ajuda financeira aos congressistas americanos para que nada mude e os americanos não sejam aviltados em seus direitos.
            Ainda que Mr. Obama já tenha sentido na pele que a “NRA” não vai medir esforços para frear os atos governamentais que tentam limitar o acesso e venda de armas e munições, já que dia destes intentou numa campanha nacional veiculando um vídeo onde usa as filhas do presidente, a qual mereceu até uma nota de repudio por parte da “White House”, dada a peculiaridade da propaganda, é nesse prisma que se estabelecem as ações do governo que tenta demonstrar aos cidadãos, pais, mães, avos e irmãos que esta fazendo algo para proteger suas crianças e adolescentes, alvos incansáveis de malucos desajustados.

            É esperar pra ver ate onde vai esse embate, considerando o louvável ato do governo Obama, que mesmo perdendo popularidade e sabendo que a “luta é ingrata” com a força da opinião publica americana que, mesmo chorando pela perda de muitos inocentes, ainda assim, quer manter uma arma embaixo de cada travesseiro, nos seus lares.

Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com

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