segunda-feira, 9 de março de 2015

Teorias conspiratórias no caso PETROBRAS não ajudam na defesa.

Por Rosane de Oliveira - Colunista CLIC RBS.

No esforço de se defender das suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, - políticos que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal passaram o fim de semana tentando desqualificar o trabalho do procurador Rodrigo Janot e de sua equipe.

Líderes do PP levantaram a suspeita de que teriam entrado na lista de Janot por suas posições políticas contra o governo. Péssima estratégia.

Convém lembrar aos que zombam da inteligência dos seus eleitores que o procurador não tirou a lista da própria cabeça. Ele e uma equipe de técnicos passaram 39 dias analisando documentos e dissecando os depoimentos dados por ex-diretores da Petrobras, pelo doleiro Alberto Youssef e por empreiteiros presos na Operação Lava-Jato.

O ex-diretor Paulo Roberto Costa, que assim como Youssef fez acordo de delação premiada, era indicação do PP na Petrobras. Não é de se estranhar, portanto, que nessa leva tenha tanta gente do PP. Estar fora desta primeira lista não é garantia de que o sujeito se safou.

Se Renato Duque resolver contar tudo o que sabe, o abalo será nas estruturas do PT, que bancou sua indicação. O diagrama do funcionamento do esquema, montado pelo MPF, diz que Duque era o responsável pela propina repassada aos políticos do PT, por meio do tesoureiro João Vaccari Neto. A propina destinada aos parlamentares do PMDB vinha da diretoria comandada por Nestor Cerveró, tendo o lobista Fernando Baiano como operador. Em vez de se falar em “lista de Janot”, o mais adequado é dizer “a primeira lista de Janot”. Porque a investigação está longe de ser concluída.

Dizer que as contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral significa pouco ou nada. A investigação vai tentar descobrir se houve caixa 2, enriquecimento ilícito e gastos incompatíveis com a renda.

             Postagem do dia 09.03.2015.

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