A noticia de mais um “ato de racismo” praticado, desta vez, no Rio de
janeiro remexe numa ferida que teima em permanecer aberta na cultura do Brasil
e, sistematicamente coloca na pauta de discussões o porquê de eventos dessa
natureza continuarem a acontecer se, é sabido que, quando descobertos e comprovados,
a repercussão negativa cola, literalmente falando, na pessoa ou empresa que
realiza a segregação.
Nesse caso da cidade do
Rio de janeiro é até meio estranho que ainda aconteça atos de racismo já que,
particularmente nessa época, a grande sociedade carioca esta acostumada a “subir
o morro” e participar dos ensaios das escolas de samba e, em muitos casos,
chega até a pagar a peso de ouro, “virar componente da comunidade” e participar
dos desfiles na Marques de Sapucaí. Possivelmente esse gerente aí da
concessionária de carros seja um desses “privilegiados” que sobe o morro e
banca “o coronel”.
Mas o que realmente
chama a atenção nesse episodio lastimável, é o fato de que o “ato de racismo”
se deu por uma pessoa que, em tese, estaria preparada para dirigir uma grande
equipe de pessoas, de uma empresa com nome no mercado e, notadamente
reconhecida por atender pessoas requintadas, de gosto mais apurado, bem
vestidas e, principalmente, por venderem um produto caro e com etiqueta. Será
que esse “gerente” não percebeu que a criança estava bem vestida e se fazia
acompanhar pelo casal, seus clientes, os quais iriam lhe proporcionar uma bela
comissão no salario? Vai ver ele sequer tenha percebido esses detalhes, mirou
apenas na cor da pele da criança e, mesmo na presença do casal, tenha tomado
essa atitude que, pode ser que seja até natural e corriqueira e, talvez já até tenha
feito anteriormente com outras crianças negras naquele local.
Possivelmente esse
episódio trará uma punição exemplar a esse “gerente”, pois empresas desse porte
não admitem sua marca envolvida em incidentes que traga repercussão negativa
junto à sociedade, considerando ainda, o desdobramento desse fato na imprensa
americana.
Talvez
seja uma maneira desagradável e amarga desse “gerente” descobrir que, por estar
ocupando um cargo importante, não tem a prerrogativa de tratar, quem quer que
seja, pela cor da pele e simplesmente, percebido o engano dizer “foi um
mal-entendido”, bem-entendido, entendeu?
Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com
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