O Brasil, enquanto nação, evidentemente que evoluiu muito nos
últimos 15 anos, deixando de ser um País do futuro para se tornar um País do
presente, atual, que tem sabido crescer, se modernizar e fazer o chamado equilíbrio
econômico, concatenando produção com exportação e superávit na balança
comercial.
Quando o
País alçou o patamar de flutuar pela 6ª economia mundial, formando o chamado
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), comemoramos e muito, pois enquanto nação
e povo, finalmente iriamos usufruir do nosso potencial de produção e riquezas
naturais.
Não, não, não. Ledo engano para
todos.
O pior de não ter dinheiro para investir
em segurança, saneamento básico, educação e estrutura de mobilidade urbana e
estradas para escoamento da produção, é ter grana e não saber fazer chegar ao
destino final às verbas disponibilizadas para tal.
Acho que não é chegada a hora ainda de,
por exemplo, se vangloriar de emprestar dinheiro para o FMI, querendo “se dar
um ar de grandeza” que não temos, quando a 60 km de Brasília já não tem sinal
de telefone celular, quando não temos rodovia para escoar a produção do
Centro-Oeste, quando ainda morrem cidadãos brasileiros na porta do hospital
porque leito já não há e os corredores estão cheios e, para os que estão
baixados, sequer há comida para ser servida e mais, quando uma trabalhadora dá
a luz no carro ou na calçada porque o hospital nega atendimento. Não se pode
emprestar um dinheiro que já esta fazendo falta na hora de aparelhar uma
segurança publica que funcione e transmita essa segurança que a sociedade quer,
tendo a certeza que vai sair pela manhã, sem ser violentado no seu mais sagrado
direito de ir e vir com tranquilidade.
Acho que ainda não temos que nos
orgulhar de realizar copa do mundo e olimpíadas, quando bilhões de reais estão
sendo investidos nesses eventos e temos um montão de brasileiros passando fome,
sem casa, sem energia e, pasmem se vocês não sabem: sem um copo de água para
beber. Mas... QUE PAÍS É ESSE? Alguém precisa dizer aos “poderes constituídos”
dessa Nação que o Nordeste do Brasil também é brasileiro e aquele povo clama a
cada dia por ajuda, mendiga um misero copo de água, um pão seco, um feijão com
farinha.
É..., mas talvez realmente não tenha
grana para esse povo sofrido, esquecido e relegado à própria sorte, já que
temos que deixar o “MARACA” e o “FIELZÃO” belos e pomposos, para inglês ver e
pensar que já somos País de primeiro mundo.
O que me envergonha, enquanto
brasileiro, é perceber que as coisas se sucedem de maneira negativa, já fazendo
parte da rotina de cada brasileiro e ninguém critica, levanta a voz ou faz
alguma coisa. Se fosse o contrario, talvez aquela comunidade da Serra Carioca
onde a chuva destruiu inúmeras casas já tivesse com suas moradias erguidas e em
local seguro, não a grande maioria das pessoas acampadas, como trapos humanos e
esquecidos pelo poder publico e, com certeza, os nordestinos da caatinga, ao
menos água para beber teriam, já que a saga deles, em função da seca, vem desde
a fundação da Republica.
Ainda não podemos dizer que somos o País do
luxo, enquanto estivermos varrendo uma imensa fatia da sociedade que esta a
margem de tudo que tem acontecido de bom, para baixo do tapete e vivermos de
devaneios elitistas na nossa sala, quando na cozinha, às vezes, só tem pão e água.
Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com
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