segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Da Farsa da Picanha ao Estelionato Eleitoral do Gás: Até Onde Vamos Enquanto Nação?

Capítulo 1 – O Cardápio da Mentira

Prometeram “picanha e cervejinha” como símbolo de prosperidade. Resultado? O brasileiro mal consegue comprar arroz e feijão sem sentir o bolso sangrar. A picanha virou lenda urbana, servida apenas em churrascos oficiais ou nas mesas privilegiadas de Brasília.
E agora, o novo prato do dia: o vale-gás, vendido como solução para o povo, mas que nada mais é do que um paliativo ridículo frente à inflação e ao custo de vida.


Capítulo 2 – O País dos Embustes

Se a picanha foi o estelionato eleitoral, o gás é o insulto à inteligência coletiva. Criam um programa para dar a impressão de cuidado social, mas, na prática, perpetuam a miséria.
O governo não discute como reduzir impostos absurdos, como investir em energia ou como aumentar o poder de compra. Prefere criar esmolas oficiais para posar de “pai dos pobres”.


Capítulo 3 – O Gás Que Queima a Dignidade

O brasileiro agora precisa de carimbo estatal até para cozinhar. Não se fala em geração de empregos, em indústria, em futuro. Apenas em “benefícios emergenciais” que nada mais são que correntes douradas para manter o povo preso à dependência governamental.


Capítulo 4 – Até Onde Vamos?

Até onde vamos enquanto Nação?
Até o ponto em que o povo aceite trocar dignidade por um botijão subsidiado. Até o ponto em que a classe política continue criando esmolas para evitar a verdadeira revolução: educação, produtividade, liberdade econômica e justiça real.
Até o ponto em que acreditarmos que migalhas são banquetes.


Conclusão – O Verdadeiro Embuste

Da farsa da picanha ao embuste do gás, a lição é clara: não existe projeto de Nação, existe projeto de poder.
Enquanto o povo for tratado como massa de manobra, Brasília continuará servindo banquetes para si mesma e esmolas para quem sustenta o banquete.

A pergunta que fica é: vamos continuar engolindo o embuste ou chegou a hora de virar a mesa?

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Por Que a Denúncia de Tagliaferro Contra o STF Não Encontra Eco na Grande Imprensa?

Quando a blindagem substitui a imprensa livre.


Capítulo 1 – O Escândalo Que Não Pode Ser Nomeado

Há denúncia, há documentos, há acusações. Mas, quando o alvo é o Supremo Tribunal Federal, a regra muda. Em vez de manchetes, silêncio. Em vez de apuração, indiferença.
De repente, o jornalismo que se diz fiscal do poder esquece a função básica: questionar, investigar, expor.


Capítulo 2 – O STF, a Nova Monarquia

Na prática, o STF já não é tratado como instituição pública, mas como uma casta intocável. Criticar, questionar ou noticiar algo que arranhe a imagem dos ministros é visto quase como blasfêmia.
A grande imprensa, que adora posar de guardiã da democracia, ajoelha diante da toga.


Capítulo 3 – A Seletividade da Indignação

Se a denúncia fosse contra um político em baixa ou contra algum desafeto da mídia, já estaria estampada em todos os portais.
Mas como o alvo é o STF — parceiro útil em várias narrativas —, a denúncia some.
O critério não é a gravidade do fato, mas a conveniência do momento.


Capítulo 4 – O Preço da Blindagem

Por trás desse silêncio há cálculo: publicidade estatal, relações políticas e a própria sobrevivência de veículos que já não vivem de assinaturas, mas de verbas públicas e patrocínios milionários.
Questionar o STF é arriscar perder privilégios. Então, melhor tratar como se nada tivesse acontecido.


Capítulo 5 – O Povo Percebe

A blindagem não engana todo mundo. O cidadão percebe a incoerência. Percebe que a grande imprensa grita contra alguns e sussurra — ou silencia — diante de outros.
Esse silêncio seletivo corrói a credibilidade jornalística e empurra a população para outros meios de informação, mesmo que informais ou alternativos.


Conclusão – O Silêncio Como Confissão

Por que a denúncia de Tagliaferro contra o STF não encontra eco na grande imprensa?
Porque eco demais faria o castelo tremer.
E no Brasil de hoje, a imprensa prefere ser cúmplice da blindagem do que fiel à própria missão.

No fim, o silêncio não esconde a verdade — apenas denuncia, em alto e bom som, que a liberdade de imprensa tem donos e limites.

Lula Lança Novo Vale-Gás: A Economia dá Esmola e o Crescimento dá Miséria

Porque dar um botijão é mais fácil do que dar dignidade.


Capítulo 1 – O Anúncio Triunfal da Esmola

Mais uma vez, o governo aparece de peito estufado para anunciar sua “grande política pública”: um novo vale-gás. Palmas, aplausos, discursos inflamados.
E assim, transformam o ato de dar um botijão de gás em política de Estado, como se isso fosse a solução mágica para a pobreza estrutural de um país inteiro.

No fim, é só mais uma esmola disfarçada de política social. É a velha lógica do “não vamos acabar com a miséria, vamos administrá-la”.


Capítulo 2 – O Cálculo Eleitoral do Botijão

Esse tipo de programa não tem nada de inocente. Não é sobre solidariedade, é sobre estratégia:

  • Cada família que recebe o vale-gás é mais um eleitor fiel.

  • Cada anúncio de “ajuda” é mais um ponto no discurso da campanha.

  • Cada dependente do Estado é um voto garantido.

A política da esmola cria um círculo vicioso: o povo agradece pelo favor, mas continua preso à pobreza que o obriga a depender do favor.


Capítulo 3 – A Miséria Como Ferramenta de Governo

O governo adora se vender como “do lado do povo”. Mas na prática, o que faz é perpetuar a miséria. Em vez de incentivar emprego, renda, produção e independência, entrega um vale-gás que não aquece nem o banho gelado do trabalhador.

Afinal, um povo livre e independente vota com consciência; um povo miserável vota com gratidão. E gratidão, nesse jogo, vale mais que qualquer plano econômico.


Capítulo 4 – O Discurso do Progresso Que Não Chega

Lula e companhia discursam sobre “justiça social”, mas a prática é a manutenção da miséria.

  • Educação? Continua sendo fábrica de analfabetos funcionais.

  • Saúde? Hospitais públicos caindo aos pedaços.

  • Emprego? Cada vez mais informalidade e subemprego.

Mas nada disso importa, porque o vale-gás chega e o povo, iludido, acredita que está sendo cuidado. É o pão e circo tropical, só que em vez de pão, vem o botijão.


Capítulo 5 – O País do Botijão

É simbólico: enquanto países sérios discutem tecnologia, inovação e desenvolvimento sustentável, o Brasil comemora distribuição de vale-gás.
Somos o país onde a política se mede não pela capacidade de criar riqueza, mas pela habilidade em gerenciar a pobreza.

E Brasília, claro, comemora. Porque quanto mais miséria existir, mais justificativa há para programas de esmola que garantem voto e poder.


Conclusão – A Esmola Como Política de Estado

O novo vale-gás é vendido como solução, mas é, na verdade, um atestado de fracasso.
Fracasso em gerar empregos.
Fracasso em promover dignidade.
Fracasso em oferecer futuro.

O governo não está diminuindo a miséria. Está aumentando a dependência.
E assim, seguimos como um país que não sonha com prosperidade, apenas com o próximo auxílio.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

O BRASIL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E A CRIAÇÃO DE UM PAÍS DE MISERÁVEIS

Quando o Estado promete inclusão, mas entrega exclusão.


Capítulo 1 – A Política Pública como Obra de Teatro

No Brasil, política pública é sempre lançada com pompa e circunstância: ministro sorrindo, presidente discursando, artista global no palco e até criança fofa para dar o tom emocional. No papel, tudo é perfeito. Na vida real, porém, a execução é tão eficiente quanto guarda-chuva furado em temporal.

O espetáculo é bonito, mas, quando a cortina fecha, sobra ao povo a conta — e não a solução.


Capítulo 2 – O Estado Como Grande Fabricante de Dependência

Aqui, as políticas públicas raramente têm como objetivo libertar o cidadão. Não. O objetivo é mantê-lo eternamente dependente da esmola estatal. Programas sociais que não oferecem saída, apenas manutenção. Auxílios que garantem o voto, não a dignidade.

É a fórmula mágica: quanto mais miseráveis existirem, mais eleitores agradecidos surgem. Não é política de inclusão, é política de sobrevivência controlada.


Capítulo 3 – Educação: O Coração da Miséria Planejada

A maior prova de que a miséria é planejada está na educação.
Enquanto países investem em ensino de qualidade, o Brasil fabrica analfabetos funcionais em escala industrial. Milhões terminam a escola sem saber interpretar um texto ou fazer uma conta simples, mas todos com título bonito de “ensino médio completo”.

Formar cidadãos pensantes seria perigoso demais: poderiam questionar o sistema. Melhor produzir uma massa que confunda direitos com favores.


Capítulo 4 – Saúde, Segurança e o Círculo da Pobreza

Hospitais sem médicos, filas infinitas, segurança pública entregue ao improviso e transporte digno de piada. Tudo isso empurra a população para a mesma esquina: a da miséria.

E aí, o Estado aparece como salvador, com mais uma política pública que não salva nada, mas rende manchetes positivas. É o ciclo perfeito da manipulação.


Capítulo 5 – O Povo Como Refém

As políticas públicas brasileiras funcionam como coleiras invisíveis.

  • Quem recebe auxílio não pode reclamar, senão “perde o benefício”.

  • Quem depende da saúde pública não pode se revoltar, senão “fica sem atendimento”.

  • Quem depende da escola pública não pode exigir qualidade, senão “a culpa é da falta de recursos”.

Assim, o povo segue amarrado, grato pela esmola, incapaz de exigir justiça.


Conclusão – A Miséria Como Projeto de Poder

O Brasil não é pobre por acaso. O Brasil é mantido pobre para servir a um projeto de poder.
As políticas públicas, em vez de instrumentos de transformação, se tornaram ferramentas de perpetuação da miséria.

E o resultado está diante dos nossos olhos: um país rico em recursos, mas habitado por uma população que luta todos os dias para não cair no abismo da indigência.

Enquanto isso, os políticos, bem alimentados e bem servidos, seguem sorrindo e dizendo:
“Estamos do lado do povo brasileiro.”

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

GOVERNO DO BRASIL: DO LADO DO POVO BRASILEIRO

(mas só quando convém, e de preferência com o cartão corporativo em mãos)


Capítulo 1 – O Povo no Discurso, a Casta na Prática

Dizem que o Governo do Brasil está “do lado do povo brasileiro”. Sim, claro. Do lado… bem distante, numa ala VIP climatizada, com cafezinho gourmet pago pelo cartão corporativo — aquele mesmo que vive debaixo de sigilo, porque, obviamente, “transparência demais atrapalha o andamento da democracia”.

Enquanto isso, o cidadão comum enfrenta fila no hospital, buraco na rua e imposto até no suspiro. Mas fiquem tranquilos: lá em cima, eles juram que pensam em nós o tempo todo. Principalmente quando precisam de voto ou de mais aumento de verba para a máquina pública.


Capítulo 2 – Racismo e Contradições Presidenciais

E temos ainda o presidente, que, entre uma frase mal formulada e outra, sempre encontra espaço para soltar um comentário carregado de racismo. É a prova viva de que dá para governar um país inteiro sem nunca ter entendido o significado da palavra “respeito”.

Mas, claro, cada declaração infeliz vira apenas mais um “mal-entendido”. Afinal, o chefe do Executivo é um gênio incompreendido, não é mesmo? Se o povo não entendeu, a culpa é do povo.


Capítulo 3 – O Amor Incondicional pelo Próprio Bolso

“Do lado do povo” também significa:

  • Reajustar o próprio salário;

  • Aumentar a verba de gabinete;

  • Garantir auxílio-moradia para quem já tem mansão;

  • E usar avião da FAB como se fosse Uber Black.

Enquanto isso, o brasileiro comum conta moedas para abastecer o carro e escolhe entre pagar a conta de luz ou comprar carne. Mas calma: o discurso oficial é de que “estamos juntos nessa luta”. Só esqueceram de avisar que “juntos” não inclui dividir a fatura.


Capítulo 4 – A Grande Mágica Brasileira

O Governo do Brasil é mestre em transformar problemas reais em narrativas. Saúde? Culpa da gestão passada. Educação? Projeto de longo prazo. Segurança? “Fake news da oposição”. Sigilo de 100 anos no cartão corporativo? Questão de segurança nacional.

É quase uma obra de ilusionismo: nada nunca é responsabilidade deles. Se o povo reclama, é porque não entendeu. Se a mídia mostra, é porque persegue. Se as contas não fecham, é porque “a economia mundial está difícil”. Mas a conta do banquete segue fechando muito bem — sempre com dinheiro público.


Conclusão – O Povo Que Aguente

“Do lado do povo brasileiro”?
Só se for do lado de fora, na chuva, olhando pela janela do avião presidencial decolando para mais uma viagem internacional, com direito a hotel cinco estrelas e champanhe no frigobar.

Enquanto o povo brasileiro enfrenta a realidade, o governo continua vivendo no seu próprio universo paralelo, onde tudo se resolve com discurso ensaiado, propaganda oficial e… mais uma passada no cartão corporativo.

No fim, resta a dúvida: estão do lado do povo ou em cima dele?

terça-feira, 12 de agosto de 2025

A Queda da Bastilha Francesa e o Reflexo da Realidade Brasileira: Será o Início da Queda de Brasília?

Quando a revolta de 1789 encontra a paciência de 2025.


Capítulo 1 – O Dia em que o Povo Perdeu o Medo

Em 14 de julho de 1789, o povo francês tomou a Bastilha. Não foi apenas a queda de uma prisão: foi o símbolo da destruição de uma casta que vivia de impostos, privilégios e desprezo pelo resto da população. A partir dali, a monarquia absolutista começou a sangrar até desaparecer.

Avançando mais de dois séculos, chegamos ao Brasil, onde Brasília funciona como uma Bastilha moderna — só que muito mais confortável, com ar-condicionado, tapete persa e cafezinho pago pelo contribuinte. A diferença é que, por enquanto, ninguém derrubou seus portões.


Capítulo 2 – O Castelo de Concreto

Se a Bastilha representava a opressão e o abuso do poder, Brasília representa algo parecido:

  • Políticos que legislam para si;

  • Magistrados que decidem como monarcas;

  • Servidores de elite blindados por privilégios.

Lá na França do século XVIII, o estopim foi o aumento do preço do pão. Aqui, o pão já está caro faz tempo, mas seguimos tentando disfarçar a fome com novela, futebol e carnavais fora de época.


Capítulo 3 – O Eco da História

Toda casta acha que é eterna… até o dia em que não é.
Na França, a revolta começou pequena, mas se espalhou como fogo em palha seca. No Brasil, o distanciamento entre governantes e governados é tão grande que o povo mal acredita que eles vivam no mesmo país.

  • A desigualdade é gritante;

  • O desprezo pelas necessidades populares é institucional;

  • E o isolamento das elites é cada vez mais ostensivo — vide ministros e autoridades que não querem “contato com pessoas mal-intencionadas” em aeroportos.

O problema é que, quanto mais alto se constrói a muralha, mais violenta costuma ser a queda.


Capítulo 4 – Brasília Está Segura?

Por enquanto, sim.
Mas a história não costuma mandar aviso prévio.
A Bastilha caiu em um único dia, mas levou décadas de arrogância e descaso para que aquele momento chegasse. Brasília está acumulando esse mesmo capital de rancor, um ato político de cada vez.


Conclusão – As Bastilhas Não Duram Para Sempre

A lição é simples: nenhuma fortaleza resiste quando o povo perde o medo. A França descobriu isso no final do século XVII. Brasília ainda não — mas está brincando com a mesma receita:

  • Privilégios concentrados;

  • Desprezo pela realidade;

  • E uma população cansada de bancar um luxo que nunca usufrui.

A queda pode não vir amanhã. Mas, como a história já provou, as Bastilhas sempre caem. E quando caem, caem rápido.

TST e o Serviço VIP no Aeroporto: Em Que Mundo Essas Pessoas Vivem?

Quando a bolha é tão grossa que até o oxigênio é filtrado.


Capítulo 1 – Justiça do Trabalho, Mas Não o Mesmo Trabalho

O Tribunal Superior do Trabalho anunciou que seus membros terão serviço VIP em aeroportos para “evitar contato com pessoas mal-intencionadas”. Em outras palavras: segurança reforçada, atendimento especial, embarque e desembarque sem ter que olhar nos olhos da plebe.

E aqui vai a pergunta que não quer calar: em que planeta vivem essas pessoas?
Porque, no Brasil real, aeroporto é fila, mala extraviada e conexão que não chega. No Brasil do TST, aeroporto é só mais uma extensão do gabinete: ar-condicionado, silêncio e gente servindo cafezinho com sorriso treinado.


Capítulo 2 – O Medo da População que Sustenta a Conta

A narrativa é linda: “proteger contra pessoas mal-intencionadas”. Traduzindo: evitar que alguém ouse questionar decisões, salários, benefícios, penduricalhos, férias de 60 dias ou diárias de hotel cinco estrelas pagas com o dinheiro de quem espera audiência trabalhista por anos.

Parece piada, mas é sério: o contribuinte paga para ser mantido longe daqueles que deveriam servir… o contribuinte. É a inversão perfeita da lógica pública: o servidor é protegido do público, e não o contrário.


Capítulo 3 – Bolha Blindada

Esse “isolamento preventivo” é só mais um sintoma do Brasil das castas jurídicas, onde juízes e ministros vivem num ecossistema paralelo:

  • Viagens custeadas pelo erário;

  • Auxílio-moradia mesmo morando na própria cidade;

  • Salários acima do teto com criatividade contábil;

  • E agora, corredores exclusivos nos aeroportos, como se a realidade fosse uma doença contagiosa.

Enquanto isso, o cidadão comum enfrenta fila na Receita, fila no SUS e fila na audiência trabalhista. Mas, claro, é ele que representa o risco.


Capítulo 4 – Pessoas Mal-Intencionadas ou Gente de Memória Boa?

Talvez o TST tema, não “pessoas perigosas”, mas pessoas bem informadas. Aquelas que lembram das decisões controversas, das verbas milionárias liberadas a empresas amigas, das greves silenciosamente sufocadas e dos privilégios mantidos à base de interpretações jurídicas criativas.

Porque, convenhamos, “pessoa mal-intencionada” é um conceito amplo. Pode ser desde um criminoso até um cidadão indignado — e, em tempos como os nossos, indignação é praticamente contrabando.


Conclusão – A Justiça que Não Pega Conexão

O TST quer se proteger do povo, mas o povo já está protegido do TST há muito tempo — protegido de vê-lo trabalhando com a urgência que a realidade exige.

No mundo deles, a ameaça é um cidadão com perguntas. No nosso, a ameaça é viver num país onde quem deveria servir se isola para não ouvir. E isso não se resolve com corredor VIP — se resolve descendo do salto e pegando o mesmo voo que a gente.

Mas, pensando bem… talvez seja pedir demais a quem já mora acima das nuvens.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Brasil: O Pai da Nova Moeda Mundial (E o Castigo por Sonhar Grande Demais)

Quando um país periférico resolve brincar de potência e se esquece de que ainda está no recreio do Império.


Capítulo 1 – A Ilusão da Relevância

O Brasil adora um protagonismo simbólico. Gosta de discursar em fóruns globais, de citar Paulo Freire em conferências que ninguém escuta, de tentar sentar na janelinha do G20 enquanto carrega a marmita furada do Mercosul.

Agora, resolveu inovar: quer ser “o pai” da moeda mundial que substituirá o dólar americano. Sim, você leu certo. O país onde o Pix é mais confiável que o Congresso quer liderar o movimento que vai reformular o sistema financeiro global. Ambição? Tem. Estrutura? Nem wi-fi no interior do Piauí.


Capítulo 2 – O Filho Não Nascido da Desdolarização

A proposta da tal “nova moeda dos BRICS” é até charmosa: livrar-se da dependência do dólar, negociar diretamente entre potências emergentes, reduzir a influência das sanções unilaterais americanas… Parece um plano sólido, até você lembrar que:

  • Índia e China mal se cumprimentam;

  • Rússia está ocupada sendo cancelada por meia ONU;

  • África do Sul está tentando sobreviver à própria crise de energia;

  • E o Brasil… bem, o Brasil quer liderar o projeto com uma dívida interna que já ameaça a aposentadoria de quem nem nasceu.

Mas calma, tudo sob controle. Já temos até o nome provisório: “Moeda da Soberania”. Pena que ninguém ainda explicou quem vai confiar sua reserva internacional num consórcio onde um dos membros paga em banana e o outro exige em rublo.


Capítulo 3 – Sonhou? Paga.

Não demorou muito para o castigo começar. De forma sutil, claro — como toda retaliação moderna:

  • Investigações internacionais surgem com “timing curioso”;

  • Agências de risco reduzem a nota brasileira com base em previsões atmosféricas e signos;

  • ONGs e diplomatas começam a achar “problemas graves” no agro, na Amazônia, nos direitos humanos, na cor da bandeira, no samba e no modo como pronunciamos "BRICS".

A mensagem é clara: "Falem o que quiserem, desde que não tentem mudar as regras do jogo.”
E o Brasil, como sempre, achando que está jogando War quando na verdade é só o tabuleiro.


Capítulo 4 – O Império Sorri com a Caneta na Mão

Enquanto o Brasil sonha com a tal “liderança multipolar”, os EUA assistem de camarote. Eles sabem que o maior aliado deles aqui é o bom e velho caos institucional brasileiro.

  • Propor moeda nova sem sequer ter banco central independente?

  • Falar em soberania financeira quando metade do país depende de commodities cotadas em… dólar?

  • Criar nova ordem mundial com um Congresso que ainda debate se o imposto é de renda ou de sobrevivência?

No fundo, o império nem precisa intervir. Basta deixar o Brasil falando sozinho — e a elite local, bem treinada, cuida do resto. Cancelam, sabotam, chamam de “populismo perigoso”. E pronto. Moeda enterrada antes do primeiro protótipo.


Conclusão – Sonhar Grande é um Crime de Classe

Sim, o Brasil ousou sonhar. Sonhou com liderança internacional, com moeda alternativa, com autonomia cambial.
Mas nesse mundo, quem nasce colônia paga caro por pensar como metrópole.

O castigo?
Virar meme no Financial Times, ser ignorado no FMI, e continuar pedindo benção ao dólar em cada negociação de soja.

Mas tudo bem. Pelo menos temos discurso bonito na ONU — e é isso que importa, né?

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Brasil: um País com Presidente de Toga

(Quando a caneta suprema escreve mais que a Constituição)

Introdução – Vossa Excelência é o quê, mesmo?

No Brasil, vivemos sob o regime presidencialista. Pelo menos no papel. Porque, na prática, quem manda mesmo veste toga, não faixa. E não, não estamos falando de um golpe militar — é só o STF mesmo, aquele clube seleto onde a Constituição é interpretada com a leveza de quem dobra regras como origamis ideológicos.

A Suprema Arte da Intromissão

Há quem diga que o Supremo Tribunal Federal deveria se limitar a julgar, e não governar. Mas isso é papo de gente que ainda acredita em separação de Poderes — esses românticos da democracia. No Brasil de 2025, o que temos é um tribunal que legisla, executa, censura, edita vídeo, analisa postagem no Instagram e, se bobear, indica até o técnico da Seleção.

Presidente da República? Só se for por cortesia.

O cargo de presidente ainda existe, claro. Tem agenda, discursos, lives… mas todo projeto importante precisa passar pelo filtro iluminado de suas excelências. Não gostaram? Inconstitucional. Fere o “espírito da Carta Magna” (a interpretação deles, é claro, que muda de acordo com o vento — ou a manchete do dia).

Democracia sob tutela

Aqui, a liberdade de expressão é plena — desde que você não fale nada que desagrade alguém com toga. Criticou o ministro? “Atentado à democracia.” Fez piada com o Supremo? “Fake news.” Compartilhou um meme? “Ameaça institucional.” Num país onde o humor virou crime e o silêncio virou prova de culpa, o que sobra é um povo amordaçado com o selo do “Estado Democrático de Direito”.

A Imprensa Aplaude (ou se cala)

Enquanto isso, boa parte da mídia joga confete. Afinal, criticar o STF virou sinônimo de “ataque à democracia” — e isso não pega bem no editorial do fim de semana. Questionar virou suspeita. Dissonância virou crime. E quem não aplaude, vira alvo. É a liberdade de imprensa com rodinha de treinamento e rédea curta.

Conclusão – O Juiz Apitou, e Agora Ele Joga

O Brasil é, oficialmente, um país com três Poderes. Mas só um parece realmente exercer o poder. Os outros dois — Executivo e Legislativo — seguem existindo, claro, como figurantes de luxo num teatro institucional onde o juiz não só apita, como marca o gol, escolhe o placar e ainda decide quem vai ser vaiado.

Mas calma, cidadão. Está tudo dentro da legalidade. Pelo menos, da legalidade segundo… eles.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

"Brasil fora do Mapa da Fome. Só esqueceram de avisar o povo que ainda tem fome."





Saiu nos jornais com pompa e circunstância: “Brasil está novamente fora do Mapa da Fome da FAO”. Um feito digno de manchete, palmas e discursos inflamados em palanques internacionais. Mas basta sair à rua — de Norte a Sul, do campo às favelas — para entender que o tal “mapa” parece mais ficção diplomática do que reflexo da realidade brasileira.

Enquanto o governo celebra com relatórios e estatísticas bem calibradas, o povo encara fila em restaurante popular, cesta básica parcelada e restos de açougue como refeição. O Brasil pode até ter saído do mapa da fome da ONU, mas a fome ainda está no mapa da rotina de milhões de brasileiros.

A pergunta que não cala é: até quando viveremos de mentiras com selo oficial?
Até quando vamos aceitar que relatórios com base em médias distorçam o que está diante dos nossos olhos? Sim, há avanços pontuais. Mas dizer que o Brasil venceu a fome porque a média nacional caiu é como afirmar que todos nadam bem porque a piscina tem, em média, um metro de profundidade — mesmo quando alguém está se afogando na parte funda.

A propaganda é eficiente: enche o peito dos políticos, vira post nas redes sociais e vira vitrine internacional. Mas nas panelas... ecoa o vazio. O gás continua caro, o arroz voltou a ser item de luxo, e o café da manhã se resume, cada vez mais, a um gole de esperança — amarga e morna.

Pior: há quem acredite. Porque repetir a mentira com convicção é uma técnica antiga. E o brasileiro, generoso por natureza, quer confiar, quer acreditar. Mas chega uma hora em que o estômago fala mais alto que o slogan.

O Brasil pode ter saído do mapa da fome da FAO.
Mas enquanto milhões ainda dividem um pão dormido, a fome segue bem geolocalizada — e com endereço fixo na periferia.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Brasil: Políticas Públicas para criar uma Nação de Miseráveis

Durante décadas, os governos brasileiros, em vez de promoverem o desenvolvimento humano, pareciam empenhados em criar um tipo de cidadão ideal: o miserável funcional. Aquele que não reclama, não exige, não questiona — apenas sobrevive. De políticas públicas que prometem inclusão a programas sociais que criam dependência crônica, o Estado brasileiro se especializou em distribuir migalhas e chamar isso de justiça social.

Educação: a arte de formar ignorantes úteis

Em vez de uma educação que emancipa, o Brasil aposta num sistema que reproduz desigualdade e emburrece com eficiência estatal. Escolas sem estrutura, professores desvalorizados, currículos esvaziados de pensamento crítico. O objetivo parece claro: formar uma população que saiba obedecer, preencher formulários, votar e... só.

Pensar demais virou ameaça. Questionar é rebeldia. Por isso, a escola pública é mantida em coma induzido. Afinal, povo educado é povo perigoso.

Assistencialismo como cabresto moderno

Programas de transferência de renda são necessários? Sim. Mas quando eles se tornam a única política social de longo prazo, viram ferramenta de controle. Pão hoje, miséria amanhã. E o ciclo continua.

O Brasil virou mestre em trocar cidadania por cesta básica. Não se cria autonomia, se gera dependência. E o pior: com direito a marketing político em cima da miséria alheia.

Saúde: o mínimo possível para manter vivos

O SUS é um gigante — e mesmo assim, vive sob asfixia. Hospitais sucateados, filas desumanas, falta de médicos, de insumos, de respeito. A saúde pública brasileira, muitas vezes, não cura: apenas prolonga o sofrimento em ritmo estatal.

Manter o pobre doente, cansado e desesperançado é parte do projeto. Um corpo sem força não protesta. Um povo doente não marcha.

Moradia e transporte: confinamento moderno

Nas grandes cidades, a moradia popular virou sinônimo de exílio urbano. Conjuntos habitacionais jogados nos confins da civilização, sem saneamento, sem escola, sem dignidade. Transporte? Lotado, precário, caro. O trabalhador pobre gasta 4 horas por dia apenas para sobreviver.

O recado é claro: “Fique onde está, aceite sua condição, agradeça por ainda respirar”.

Cultura e comunicação: silenciar ou cooptar

A cultura popular é marginalizada. O conhecimento livre é sufocado. O debate crítico é desestimulado — ou comprado. O Estado brasileiro prefere o funk que emburrece ao rap que questiona. Prefere o culto ao consumo ao pensamento libertador.

Conclusão: o miserável como projeto de governo

A miséria não é apenas um acidente histórico — é um instrumento político eficiente. Um país onde a pobreza é útil para os que comandam. Onde políticas públicas, em vez de libertar, aprisionam. Onde a dignidade é negociada em ano eleitoral.

O Brasil não falhou em erradicar a miséria.
Ele a transformou em base de governabilidade.

sábado, 26 de julho de 2025

Terras Raras: o poder escondido nos bastidores do século 21

Você já ouviu falar em "terras raras"? Pois é, parece nome de vinícola de luxo ou algum novo país recém-descoberto pela ONU. Mas na verdade, trata-se de um dos assuntos mais estratégicos do planeta — e que define, silenciosamente, quem comanda a tecnologia e quem apenas aperta os botões.

O que são, afinal, essas terras tão "raras"?

"Terras raras" é o nome dado a um grupo de 17 elementos químicos fundamentais para o funcionamento de quase tudo que usamos hoje: celulares, carros elétricos, turbinas eólicas, notebooks, fones de ouvido, mísseis inteligentes, painéis solares, drones e até satélites.

Os nomes? Uma mistura de feitiço de Harry Potter com aula de química: neodímio, lantânio, cério, praseodímio, túlio… Todos extraídos de minérios pouco glamourosos, mas de valor incalculável.

E por que são tão importantes?

Porque têm propriedades magnéticas, elétricas e ópticas únicas, que os tornam essenciais para miniaturizar e potencializar tecnologias modernas. O que o lítio é para baterias, as terras raras são para o resto do hardware inteligente.

Onde estão essas reservas?

Apesar do nome, essas terras não são "raras" no sentido geológico. Estão espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. O problema é que sua extração e processamento são complexos, caros e ambientalmente desafiadores.

Atualmente, a maior parte da produção vem de:

China (a gigante do setor, com mais de 80% da oferta global)

Austrália

Rússia

Brasil

Estados Unidos

Groenlândia e Suécia (em ascensão)

 

O mapa abaixo mostra onde estão as principais reservas conhecidas:



A nova arma geopolítica

Quem controla as terras raras, controla o futuro energético e tecnológico do planeta. E a China sabe disso. Em tempos de tensões com o Ocidente, Pequim já ameaçou restringir a exportação desses elementos — o que deixou a Europa e os EUA em pânico.

Estamos falando de um novo tipo de guerra fria: não mais por petróleo, mas por elementos minúsculos que moram dentro do seu smartphone.

E o Brasil?

Surpresa: o Brasil está bem posicionado. Temos reservas expressivas, especialmente em Minas Gerais, Amazonas e Goiás. Mas, como de costume, exportamos matéria-prima bruta e compramos a tecnologia processada com o dobro do valor.

Sem investimento sério em pesquisa, refino e cadeia produtiva, corremos o risco de repetir a velha história: sentados sobre riquezas, mas pedindo licença para usá-las.

Conclusão

As terras raras são o petróleo do século 21. Elas abastecem não só máquinas, mas também ambições geopolíticas, estratégias de segurança e a promessa de um mundo mais limpo — ou pelo menos mais digital.

E aí, vamos apenas assistir mais esse trem passar, ou será que o Brasil vai acordar antes que a próxima tecnologia já nos coloque de novo na fila do subdesenvolvimento?

terça-feira, 22 de julho de 2025

A Moeda do BRICS: Um Novo Dinheiro Para o Mundo... Que Mal Paga Suas Próprias Contas.

 


Introdução
Imagine um grupo de países que mal consegue se entender numa videoconferência, tentando criar uma moeda para desafiar o dólar americano no cenário global. Parece roteiro de comédia? Pois é exatamente o que está sendo cogitado pelos líderes do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — com direito a novas adesões e discursos pomposos sobre multipolaridade, soberania e "um novo paradigma econômico".
Mas antes que você troque seus dólares por briccoins, vale dar uma boa gargalhada — e depois uma respirada profunda.

O BRICS vai salvar o mundo (de si mesmo?)
A proposta é ousada: criar uma moeda única ou lastreada em commodities, capaz de ser usada em transações internacionais e desafiar a hegemonia do dólar. Uma alternativa "desdolarizada", segundo os gênios por trás da ideia. Agora pergunto: você confiaria numa moeda gerenciada por um clube onde um dos membros está em guerra, outro em crise cambial, outro afundado em burocracia, outro em desacordo constante com o Ocidente, e outro tentando decidir se ainda é uma democracia funcional?

Confiança, essa desconhecida
A força de uma moeda global não está em discursos inflamados, mas em uma palavrinha chamada confiança. O dólar, com todos os seus defeitos, é hoje a referência porque há décadas os mercados confiam — ou fingem confiar — na economia dos EUA.
Já imaginar uma moeda gerida por um consórcio onde cada país tem sua própria crise para administrar é como esperar que uma banda de músicos desafinados compita com uma orquestra sinfônica. Pode ser barulhento, mas não é música.

Brasil: Vai pagar como? Com brics?
No caso do Brasil, que mal dá conta de manter sua moeda estável sem puxadinhos cambiais, o entusiasmo com a nova moeda soa quase fofo. Estamos falando de um país onde a política econômica muda a cada eleição, onde o Banco Central é atacado em rede nacional e onde o investidor estrangeiro olha para o real com a mesma segurança que teria ao pisar num pântano.
Mas sim, claro, vamos liderar uma nova moeda global. A piada se escreve sozinha.

E o PIX, fica como?
Tem algo deliciosamente contraditório em ver países tentando lançar uma moeda internacional enquanto internamente ainda sofrem com sistemas de arrecadação ineficientes, evasão fiscal monumental e um abismo entre o mundo político e a realidade do cidadão.
A nova moeda do BRICS seria digital, física, mágica? Seria aceita na padaria? Teria taxa Selic própria ou dependeria da cotação do arroz indiano e do petróleo russo?

Geopolítica gourmet
No fundo, essa moeda não é sobre economia. É sobre geopolítica performática. É sobre presidentes tirando foto com cara séria e jornalistas repetindo "multipolaridade" como se fosse o novo "namastê". É sobre marcar posição contra o imperialismo yankee, mesmo que seja com dinheiro que ninguém quer trocar.

Conclusão: O mundo quer confiança, não slogans
Se o BRICS realmente quer entrar no jogo monetário internacional, vai precisar mais do que discursos ideológicos e reuniões cheias de bandeirinhas. Vai precisar de estabilidade institucional, previsibilidade jurídica, respeito ao investidor e, acima de tudo, consistência.
Por enquanto, a ideia de uma moeda global do BRICS parece mais um jogo de tabuleiro jogado por líderes entediados do que uma solução real para a economia global. Mas agradecemos o entretenimento.

domingo, 20 de julho de 2025

Deborah Secco e o culto ao ego: por que a família virou alvo?

“Família margarina” está falida? Ou é o senso de responsabilidade que está fora de moda?

A atriz Deborah Secco, sempre muito confortável em polêmicas que geram manchetes fáceis, resolveu dar seu parecer sobre um dos pilares mais caros à sociedade: a estrutura familiar. Segundo ela, o modelo da chamada “família margarina” — aquele ideal de pai, mãe, filhos e afeto no café da manhã — está “ficando falido”.

Mas será que o modelo está falido... ou é o comprometimento com algo maior do que o próprio umbigo que se tornou insustentável?

Em tempos onde o ego reina, onde os likes valem mais do que laços, e onde a liberdade pessoal é confundida com irresponsabilidade emocional, não é surpresa que esse discurso encontre aplausos em certos círculos. Afinal, é muito mais fácil jogar a culpa no "modelo antiquado de família" do que encarar os próprios traumas, escolhas e falta de consistência.

A falência está na vitrine ou no conteúdo?

Vamos ser francos: a tal “família margarina” nunca existiu da forma idealizada. Ela sempre foi uma metáfora midiática, um símbolo publicitário de estabilidade e aconchego. Mas ainda assim, representava algo: um esforço conjunto. Um projeto a dois (ou mais) que envolvia sacrifícios, pactos, renúncias e sim, muito trabalho emocional.

Hoje, ao menor sinal de atrito, o discurso é “me amo e me basto”. A coletividade virou prisão. A parceria virou opressão. E o amor, aquele que exige maturidade, virou vilão do “livre arbítrio afetivo”. O problema nunca foi o modelo. O problema é que ninguém mais quer pagar o preço de sustentar vínculos reais.

Liberdade ou fuga disfarçada de modernidade?

Deborah Secco, que já declarou que "não nasceu pra ser de um homem só", agora assume o papel de pensadora social e decreta a falência de um modelo familiar. Mas que tipo de família ela defende? Aquela onde os vínculos são líquidos, o afeto é instável, e o compromisso é descartável como story de 24 horas?

Sim, o mundo mudou. Sim, há outros modelos possíveis de família — monoparentais, homoafetivos, famílias estendidas, mosaicos. E ainda bem. O que não dá é fingir que a falência da “família tradicional” se deve à sua rigidez, quando a verdade é que muitas pessoas preferem o hedonismo inconsequente à construção sólida.

O preço da tal “falência”

A tal “família margarina” pode não ser perfeita, mas pelo menos sustentava algumas ideias que hoje estão em extinção: estabilidade para as crianças, senso de responsabilidade afetiva, planejamento conjunto. Ao contrário do que se prega, liberdade sem responsabilidade não é evolução — é regressão emocional.

Quando uma figura pública como Deborah Secco rotula um ideal como "falido", ela não apenas dá sua opinião — ela alimenta um discurso de desapego emocional que veste a roupa de modernidade, mas que, na prática, desagua em solidão, relações descartáveis e uma geração inteira com medo de se doar.


Talvez a família margarina esteja derretendo, sim. Mas não por ser obsoleta. E sim porque a chama do egoísmo moderno está cada vez mais alta.