sábado, 26 de julho de 2025

Terras Raras: o poder escondido nos bastidores do século 21

Você já ouviu falar em "terras raras"? Pois é, parece nome de vinícola de luxo ou algum novo país recém-descoberto pela ONU. Mas na verdade, trata-se de um dos assuntos mais estratégicos do planeta — e que define, silenciosamente, quem comanda a tecnologia e quem apenas aperta os botões.

O que são, afinal, essas terras tão "raras"?

"Terras raras" é o nome dado a um grupo de 17 elementos químicos fundamentais para o funcionamento de quase tudo que usamos hoje: celulares, carros elétricos, turbinas eólicas, notebooks, fones de ouvido, mísseis inteligentes, painéis solares, drones e até satélites.

Os nomes? Uma mistura de feitiço de Harry Potter com aula de química: neodímio, lantânio, cério, praseodímio, túlio… Todos extraídos de minérios pouco glamourosos, mas de valor incalculável.

E por que são tão importantes?

Porque têm propriedades magnéticas, elétricas e ópticas únicas, que os tornam essenciais para miniaturizar e potencializar tecnologias modernas. O que o lítio é para baterias, as terras raras são para o resto do hardware inteligente.

Onde estão essas reservas?

Apesar do nome, essas terras não são "raras" no sentido geológico. Estão espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. O problema é que sua extração e processamento são complexos, caros e ambientalmente desafiadores.

Atualmente, a maior parte da produção vem de:

China (a gigante do setor, com mais de 80% da oferta global)

Austrália

Rússia

Brasil

Estados Unidos

Groenlândia e Suécia (em ascensão)

 

O mapa abaixo mostra onde estão as principais reservas conhecidas:



A nova arma geopolítica

Quem controla as terras raras, controla o futuro energético e tecnológico do planeta. E a China sabe disso. Em tempos de tensões com o Ocidente, Pequim já ameaçou restringir a exportação desses elementos — o que deixou a Europa e os EUA em pânico.

Estamos falando de um novo tipo de guerra fria: não mais por petróleo, mas por elementos minúsculos que moram dentro do seu smartphone.

E o Brasil?

Surpresa: o Brasil está bem posicionado. Temos reservas expressivas, especialmente em Minas Gerais, Amazonas e Goiás. Mas, como de costume, exportamos matéria-prima bruta e compramos a tecnologia processada com o dobro do valor.

Sem investimento sério em pesquisa, refino e cadeia produtiva, corremos o risco de repetir a velha história: sentados sobre riquezas, mas pedindo licença para usá-las.

Conclusão

As terras raras são o petróleo do século 21. Elas abastecem não só máquinas, mas também ambições geopolíticas, estratégias de segurança e a promessa de um mundo mais limpo — ou pelo menos mais digital.

E aí, vamos apenas assistir mais esse trem passar, ou será que o Brasil vai acordar antes que a próxima tecnologia já nos coloque de novo na fila do subdesenvolvimento?

terça-feira, 22 de julho de 2025

A Moeda do BRICS: Um Novo Dinheiro Para o Mundo... Que Mal Paga Suas Próprias Contas.

 


Introdução
Imagine um grupo de países que mal consegue se entender numa videoconferência, tentando criar uma moeda para desafiar o dólar americano no cenário global. Parece roteiro de comédia? Pois é exatamente o que está sendo cogitado pelos líderes do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — com direito a novas adesões e discursos pomposos sobre multipolaridade, soberania e "um novo paradigma econômico".
Mas antes que você troque seus dólares por briccoins, vale dar uma boa gargalhada — e depois uma respirada profunda.

O BRICS vai salvar o mundo (de si mesmo?)
A proposta é ousada: criar uma moeda única ou lastreada em commodities, capaz de ser usada em transações internacionais e desafiar a hegemonia do dólar. Uma alternativa "desdolarizada", segundo os gênios por trás da ideia. Agora pergunto: você confiaria numa moeda gerenciada por um clube onde um dos membros está em guerra, outro em crise cambial, outro afundado em burocracia, outro em desacordo constante com o Ocidente, e outro tentando decidir se ainda é uma democracia funcional?

Confiança, essa desconhecida
A força de uma moeda global não está em discursos inflamados, mas em uma palavrinha chamada confiança. O dólar, com todos os seus defeitos, é hoje a referência porque há décadas os mercados confiam — ou fingem confiar — na economia dos EUA.
Já imaginar uma moeda gerida por um consórcio onde cada país tem sua própria crise para administrar é como esperar que uma banda de músicos desafinados compita com uma orquestra sinfônica. Pode ser barulhento, mas não é música.

Brasil: Vai pagar como? Com brics?
No caso do Brasil, que mal dá conta de manter sua moeda estável sem puxadinhos cambiais, o entusiasmo com a nova moeda soa quase fofo. Estamos falando de um país onde a política econômica muda a cada eleição, onde o Banco Central é atacado em rede nacional e onde o investidor estrangeiro olha para o real com a mesma segurança que teria ao pisar num pântano.
Mas sim, claro, vamos liderar uma nova moeda global. A piada se escreve sozinha.

E o PIX, fica como?
Tem algo deliciosamente contraditório em ver países tentando lançar uma moeda internacional enquanto internamente ainda sofrem com sistemas de arrecadação ineficientes, evasão fiscal monumental e um abismo entre o mundo político e a realidade do cidadão.
A nova moeda do BRICS seria digital, física, mágica? Seria aceita na padaria? Teria taxa Selic própria ou dependeria da cotação do arroz indiano e do petróleo russo?

Geopolítica gourmet
No fundo, essa moeda não é sobre economia. É sobre geopolítica performática. É sobre presidentes tirando foto com cara séria e jornalistas repetindo "multipolaridade" como se fosse o novo "namastê". É sobre marcar posição contra o imperialismo yankee, mesmo que seja com dinheiro que ninguém quer trocar.

Conclusão: O mundo quer confiança, não slogans
Se o BRICS realmente quer entrar no jogo monetário internacional, vai precisar mais do que discursos ideológicos e reuniões cheias de bandeirinhas. Vai precisar de estabilidade institucional, previsibilidade jurídica, respeito ao investidor e, acima de tudo, consistência.
Por enquanto, a ideia de uma moeda global do BRICS parece mais um jogo de tabuleiro jogado por líderes entediados do que uma solução real para a economia global. Mas agradecemos o entretenimento.

domingo, 20 de julho de 2025

Deborah Secco e o culto ao ego: por que a família virou alvo?

“Família margarina” está falida? Ou é o senso de responsabilidade que está fora de moda?

A atriz Deborah Secco, sempre muito confortável em polêmicas que geram manchetes fáceis, resolveu dar seu parecer sobre um dos pilares mais caros à sociedade: a estrutura familiar. Segundo ela, o modelo da chamada “família margarina” — aquele ideal de pai, mãe, filhos e afeto no café da manhã — está “ficando falido”.

Mas será que o modelo está falido... ou é o comprometimento com algo maior do que o próprio umbigo que se tornou insustentável?

Em tempos onde o ego reina, onde os likes valem mais do que laços, e onde a liberdade pessoal é confundida com irresponsabilidade emocional, não é surpresa que esse discurso encontre aplausos em certos círculos. Afinal, é muito mais fácil jogar a culpa no "modelo antiquado de família" do que encarar os próprios traumas, escolhas e falta de consistência.

A falência está na vitrine ou no conteúdo?

Vamos ser francos: a tal “família margarina” nunca existiu da forma idealizada. Ela sempre foi uma metáfora midiática, um símbolo publicitário de estabilidade e aconchego. Mas ainda assim, representava algo: um esforço conjunto. Um projeto a dois (ou mais) que envolvia sacrifícios, pactos, renúncias e sim, muito trabalho emocional.

Hoje, ao menor sinal de atrito, o discurso é “me amo e me basto”. A coletividade virou prisão. A parceria virou opressão. E o amor, aquele que exige maturidade, virou vilão do “livre arbítrio afetivo”. O problema nunca foi o modelo. O problema é que ninguém mais quer pagar o preço de sustentar vínculos reais.

Liberdade ou fuga disfarçada de modernidade?

Deborah Secco, que já declarou que "não nasceu pra ser de um homem só", agora assume o papel de pensadora social e decreta a falência de um modelo familiar. Mas que tipo de família ela defende? Aquela onde os vínculos são líquidos, o afeto é instável, e o compromisso é descartável como story de 24 horas?

Sim, o mundo mudou. Sim, há outros modelos possíveis de família — monoparentais, homoafetivos, famílias estendidas, mosaicos. E ainda bem. O que não dá é fingir que a falência da “família tradicional” se deve à sua rigidez, quando a verdade é que muitas pessoas preferem o hedonismo inconsequente à construção sólida.

O preço da tal “falência”

A tal “família margarina” pode não ser perfeita, mas pelo menos sustentava algumas ideias que hoje estão em extinção: estabilidade para as crianças, senso de responsabilidade afetiva, planejamento conjunto. Ao contrário do que se prega, liberdade sem responsabilidade não é evolução — é regressão emocional.

Quando uma figura pública como Deborah Secco rotula um ideal como "falido", ela não apenas dá sua opinião — ela alimenta um discurso de desapego emocional que veste a roupa de modernidade, mas que, na prática, desagua em solidão, relações descartáveis e uma geração inteira com medo de se doar.


Talvez a família margarina esteja derretendo, sim. Mas não por ser obsoleta. E sim porque a chama do egoísmo moderno está cada vez mais alta.

sábado, 19 de julho de 2025

Horse a Friend Waiting

Uma noite dessas, estive em mundos que não eram meus

Uma noite dessas, o sono não veio como de costume. Ele chegou diferente — arrastando correntes douradas e sussurrando palavras em línguas que minha mente desperta não compreende. Eu fechei os olhos, como quem apenas deseja descansar, mas despertei em outro lugar.

Não sei dizer se era um sonho, uma travessia ou um chamado. Só sei que, quando abri os olhos lá, o céu era roxo, pontilhado de luas dançantes, e o chão parecia pulsar, como se a terra tivesse um coração. Eu estava descalço, vestido com roupas que não eram minhas, e em volta de mim, criaturas feitas de vento sussurravam segredos que eu não tinha permissão para lembrar ao acordar.

Caminhei. Era tudo que podia fazer. A gravidade parecia funcionar por vontade própria, e cada passo me levava para uma realidade diferente.

Em um dos mundos, o tempo andava para trás. As pessoas nasciam velhas e iam ficando jovens até desaparecerem no ventre de suas mães. Vi uma mulher me cumprimentar com lágrimas nos olhos — ela jurava que me conhecia, e que eu já tinha salvado a vida dela ali, num tempo que ainda não tinha acontecido. Senti culpa por algo que ainda faria. Ou talvez já tivesse feito.

No segundo mundo, todos usavam máscaras. Não por medo, mas por excesso de sentimentos. Lá, as emoções eram visíveis como fumaça — quem amava demais, explodia em chamas. Quem odiava, congelava as plantas ao redor. Vi uma criança tirar a própria máscara só para sorrir pra mim... e em segundos, desapareceu como poeira de estrela.

No terceiro, não havia som — mas os pensamentos se materializavam no ar como pequenos insetos luminosos. Era impossível mentir ali. E talvez por isso, fosse também impossível ficar. As pessoas viviam isoladas, cercadas de suas próprias verdades dançantes, incapazes de suportar o peso de serem completamente vistas.

Passei por muitos outros lugares. Um onde a chuva cantava nomes. Outro onde os mortos dormiam em bibliotecas, esperando que alguém lesse suas histórias para acordá-los. Em todos eles, fui hóspede. Nunca anfitrião.

Até que, de repente, tudo escureceu. Ouvi uma voz suave dizer: “Já viu o suficiente. Agora é hora de lembrar quem você é.”

E acordei.

O quarto era o mesmo de sempre. As paredes, a janela, o barulho do mundo real tentando se impor. Mas eu sabia que algo em mim havia mudado. Na palma da mão, encontrei um pequeno grão de areia que brilhava — embora meu quarto estivesse trancado e limpo. Guardei aquilo em silêncio. Quem acreditaria?

Desde então, ando com uma desconfiança calma de que a realidade é só a superfície de um mar mais fundo. E que, às vezes, numa noite dessas, podemos escorregar por entre os véus do possível e visitar mundos que não são nossos — mas que, de algum jeito, nos pertencem.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Os Empurradores de Cadeiras do STF: A Corte Suprema da Pompa


Na mais alta instância do Judiciário brasileiro, onde se decide o destino de leis, liberdades e vidas, há uma cena que se repete com tranquilidade coreografada: ministros entrando no plenário, togados e solenes, enquanto assistentes cuidadosamente puxam as cadeiras para que eles possam se sentar com dignidade imperial.

Esses funcionários são conhecidos como “capinhas”, e sua função é tão simbólica quanto literal: empurrar cadeiras, vestir togas, servir café e acompanhar os ministros até suas poltronas de couro amarelo. Em pleno século XXI, no coração de uma República democrática, seguimos com rituais dignos de um tribunal absolutista.

A elite das cadeiras puxadas

Cada ministro do Supremo Tribunal Federal conta com ao menos um capinha exclusivo, somando onze funcionários dedicados exclusivamente a essa função cerimonial. Eles não são estagiários nem voluntários: são contratados, muitos via empresas terceirizadas, com salários que giram em torno de R$ 6.400 mensais.

Em um país onde o salário mínimo é de R$ 1.525,00, há quem ganhe quase cinco vezes isso para puxar uma cadeira e estender um tecido preto sobre os ombros de um magistrado.

Alguns ministros, como Luiz Fux e Alexandre de Moraes, preferem dispensar o ritual e puxar suas próprias cadeiras — um gesto mínimo de autonomia, mas que, nesse contexto, beira o revolucionário.

Pompa, símbolo e poder

A presença dos capinhas é defendida como parte da "liturgia do cargo", uma formalidade que reforçaria o prestígio e a solenidade da Corte. Mas a realidade nua e crua é que o gesto soa mais como caricatura do que como reverência.

Enquanto o cidadão comum enfrenta filas no SUS, processos judiciais que levam anos para se resolver e salários achatados, o STF desfila seus rituais de pompa como se estivesse blindado da realidade nacional.

Essa teatralidade não é apenas simbólica — é um reflexo de uma estrutura de poder desconectada da sociedade, onde o acesso ao Judiciário é cada vez mais limitado ao cidadão comum, e cada vez mais protegido para aqueles que o comandam.

Um Judiciário a serviço de quem?

Essa discussão não é sobre um simples gesto de cortesia. É sobre os privilégios de uma elite togada que se permite o luxo de viver cercada de protocolos que não servem à justiça, mas ao ego. É sobre a cultura da blindagem institucional, onde quem deveria dar exemplo de modéstia e serviço público vive cercado de símbolos de distinção aristocrática.

Estamos falando de uma Corte onde há auxílio-moradia, auxílio-livro, auxílio-educação, motoristas, seguranças e diárias generosas para qualquer deslocamento. E, no meio disso tudo, alguém pago para puxar a cadeira.

Hora de puxar o debate

É tempo de repensar as estruturas do Judiciário brasileiro — sua composição, seus ritos e seus privilégios. A toga deveria representar autoridade, não vaidade. O plenário, um espaço de serviço à nação, não um palco de encenações aristocráticas.

Porque, no final das contas, o que deveria pesar mais: o peso da cadeira… ou o peso da responsabilidade?

Togas de Ouro: O silêncio cúmplice diante dos privilégios do Judiciário.


Nos últimos anos, uma figura tem se repetido com frequência no discurso público brasileiro: o tal "homem de bem". Esse personagem moralista, defensor da ordem e da "família tradicional", costuma aparecer sempre que há alguma crise ética ou política — geralmente apontando o dedo para os outros. Mas há um território onde o silêncio do "homem de bem" é ensurdecedor: os super salários do Judiciário brasileiro.

O silêncio seletivo da moralidade

Quando se fala em combater privilégios, cortar gastos públicos e punir a corrupção, o discurso é certeiro — desde que os alvos sejam políticos, servidores do baixo escalão ou programas sociais. Mas e quando o privilégio mora no alto da pirâmide do poder, vestido de toga?

Pouco se discute sobre como juízes, desembargadores e ministros do Judiciário acumulam salários e benefícios que ultrapassam o teto constitucional. Gratificações, auxílios-moradia, auxílio-livro, auxílio-educação, retroativos, licenças-prêmio vendidas... tudo somado, não é raro encontrar vencimentos que ultrapassam os R$ 300 mil mensais.

Mas quem se atreve a apontar isso é acusado de "atacar as instituições". Ora, que instituições frágeis são essas, que não aguentam ser questionadas? E que moral é essa que só vale para os outros?

A justiça mais cara do mundo

De acordo com dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o Brasil tem uma das justiças mais caras do planeta. Em 2023, o gasto total com o Judiciário brasileiro ultrapassou R$ 120 bilhões. Isso mesmo: bilhões.

Apesar de toda essa despesa, a morosidade ainda reina. Processos que duram décadas, decisões que favorecem os poderosos, e uma seletividade na aplicação da lei que beira o cinismo. Para os ricos, habeas corpus. Para os pobres, cadeia.

A casta intocável

Enquanto professores lutam por reajustes, enfermeiros enfrentam jornadas exaustivas e servidores públicos veem seus salários congelados, juízes gozam de aumentos silenciosos e benesses garantidas por dentro do próprio sistema. E quando são julgados — em raros casos — são julgados pelos seus pares. Não é justiça, é uma confraria.

Onde está o "homem de bem" para criticar isso? Onde estão os indignados de WhatsApp e das redes sociais, os patriotas de bandeira na sacada, os moralistas de plantão? Quando o privilégio tem gravata e caneta de ouro, a indignação tira férias.

O problema não é o juiz — é o sistema intocável

É importante dizer: não se trata de atacar o juiz como indivíduo, mas de questionar um sistema que criou uma casta acima da lei. Não há democracia plena onde há desigualdade tão escancarada entre quem julga e quem é julgado.

A verdadeira moralidade começa onde dói: confrontando privilégios reais. E talvez seja hora do "homem de bem" olhar no espelho e se perguntar se ele está mesmo do lado da justiça — ou apenas do lado de quem nunca será julgado.

domingo, 13 de julho de 2025

"Quando a diplomacia late: Janja, os ‘vira-latas’ e a falta de freio no palco internacional"


Introdução

Quando a primeira-dama Janja soltou, em voz alta, o famoso “Ai, esses vira-latas”, parecia estar prestes a roubar a cena. O problema é que a ironia virou constrangimento diplomático — e ninguém riu.

1. O episódio

Em 9 de julho de 2025, durante um evento no Itamaraty, jornalistas questionaram o presidente Lula sobre possíveis novas tarifas dos EUA. No exato momento, Janja, visivelmente irritada, comentou: “Ai, esses vira-latas”, se virou e quase saiu andando. O gesto foi captado por câmeras — nem precisou legenda.

2. A justificativa: “não era por vocês, era por eles”

A assessoria correu para explicar: “o termo ‘vira-latas’ não se referia aos jornalistas, mas sim aos bolsonaristas traidores da nação”. Estranho: no teatro do Ministério das Relações Exteriores, quase não havia bolsonaristas por perto.

3. O peso de “viralatas”: ironia com passado cultural

Chamar alguém de “vira-lata” no Brasil não é só chamar de subalterno — é evocar nosso infame complexo de vira-lata, termo cunhado por Nelson Rodrigues em 1950, que expressa uma síndrome nacional de inferioridade perante o mundo. Então, quando Janja recorreu ao termo, despertou eco de frustração coletiva, não de dignidade patriótica.

4. A diplomacia ruidosa: cortejo sem etiqueta

Estamos lidando com a principal figura feminina do País, em alto palco diplomático – com o presidente da Indonésia e em clima delicado por tarifas. Irônico, pois a primeira-dama, personificação do “elegante soft power”, entregou um sopro de chule diplomático sem filtro. E no replay, a justificativa soou mais barata que pipoca murcha.

5. A guinada autocomplacente

Pior: parlamentares da oposição não perderam tempo. O deputado Zucco (PL-RS) chamou de “despreparo e arrogância” de alguém que “se comporta como chefe de Estado” sem um voto. Janja nos dá comédia barata quando se oferece para “ressignificar” a função — mas muitas vezes só amplia o palco para suas gafes.

6. O tiro no pé: oposição feliz, aliados em alerta

Curiosamente, seus aliados no PT até usaram o episódio para reforçar críticas à oposição “vira-lata” — mas essa tentativa de martelar discurso virou um martelo que bateu no próprio. Depois da piada, o silêncio foi um poço mais alto que o discurso.

Conclusão

Querida Janja, se o objetivo era criticar a “entrega” nacional ao inimigo econômico — parabéns: foi eficaz. Mas chamar de “vira-lata” num evento internacional era tão sutil quanto um rojão estourando na calçada. O tiro saiu pela culatra: virou meme, manchete, e ainda inflou polêmica interna.

Acabamos ficando com a pujança da diplomacia derrubada por uma frase de efeito sem elegância — e sem consequência controlada. Às vezes, a diplomacia exige menos fogo de palha e mais moderação estratégica.

Chamada final: Se a ideia era “lacrar contra traidores”, acabou “lacrando contra si mesma”. Porque num palco internacional, quem fala “viralatas” corre o risco de virar piada global.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

A Revolução dos Bichos e o Espelho do Poder no Brasil Contemporâneo


Publicado em 1945, A Revolução dos Bichos, de George Orwell, é uma fábula alegórica que expõe com agudeza os perigos da concentração de poder, da manipulação ideológica e da traição dos ideais revolucionários. Escrita no contexto do regime stalinista, a obra transcende seu tempo ao retratar mecanismos universais de dominação política que se repetem ao longo da história, independentemente do regime ou ideologia. No Brasil, a narrativa de Orwell encontra ecos inquietantes: discursos de mudança seguidos por práticas autoritárias, líderes populistas que se distanciam de seus compromissos originais e uma população muitas vezes manipulada por propaganda. Este artigo propõe analisar a obra à luz do cenário político brasileiro atual, destacando as semelhanças entre a fábula e a realidade, e refletindo sobre os riscos que ameaçam a democracia quando os valores que a sustentam são distorcidos ou abandonados.

 

A Revolução dos Bichos narra a história de uma revolta animal contra os humanos que os exploram, culminando na tomada da Granja do Solar e na criação de uma nova ordem governada pelos próprios animais. A princípio, todos são iguais e trabalham por um ideal comum, mas, à medida que os porcos assumem o controle da fazenda, esse ideal é gradualmente subvertido. Napoleão, figura central da narrativa, representa um líder autoritário que concentra poder, elimina rivais e manipula a verdade por meio da propaganda — práticas que, infelizmente, não se restringem à ficção.

No Brasil contemporâneo, é possível traçar paralelos claros com os mecanismos denunciados por Orwell. Líderes que ascendem ao poder sob o discurso de renovação frequentemente se afastam dos ideais defendidos na campanha, adotando posturas centralizadoras e autoritárias, ou perpetuando sistemas de clientelismo e favorecimento. O uso da informação como ferramenta de manipulação — por meio de redes sociais, fake news e ataques à imprensa — aproxima-se das estratégias dos porcos para manter o controle sobre os demais animais na granja.

A crítica de George Orwell em A Revolução dos Bichos transcende o contexto da União Soviética e se revela surpreendentemente atual no cenário político brasileiro. A obra denuncia, por meio de alegorias, a corrupção dos ideais revolucionários, a centralização autoritária do poder e o uso da propaganda como ferramenta de dominação — elementos que encontram eco na política contemporânea do Brasil. Ao longo das últimas décadas, é possível observar líderes que, embora eleitos com discursos de renovação e justiça social, passaram a adotar práticas tradicionalmente associadas à manutenção do status quo, muitas vezes reproduzindo as mesmas estruturas de opressão que prometeram combater. 

A manipulação da informação, a polarização ideológica e a concentração de poder em figuras carismáticas refletem os mecanismos de controle empregados por Napoleão na obra. Além disso, a desigualdade estrutural e a alienação de parcelas da população, frequentemente exploradas como mão de obra e mantidas sob promessas vazias, reforçam o paralelo com personagens como Sansão, o cavalo trabalhador. Dessa forma, a fábula de Orwell continua servindo como um espelho crítico da realidade brasileira, evidenciando como a história tende a se repetir quando os princípios democráticos são substituídos pela lógica da dominação.

 

A força de A Revolução dos Bichos reside na sua capacidade de, através de uma narrativa simples e acessível, revelar verdades profundas sobre o funcionamento do poder e a fragilidade dos ideais quando submetidos à ganância e ao autoritarismo. No Brasil, os paralelos com a obra são claros e perturbadores: a repetição de ciclos de opressão, a manipulação de discursos, a desigualdade persistente e a passividade de parte da população diante de práticas políticas excludentes


Ao refletir sobre essas semelhanças, o leitor é convidado a enxergar a importância de uma consciência crítica diante da política, do poder e das promessas que nos são feitas. A leitura de Orwell, portanto, vai além da literatura: é um convite à vigilância democrática e à resistência frente à normalização da injustiça.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Armas Químicas no Iraque X Armas Nucleares no Irã.

Começamos com um questionamento: Até quando vai isso de “alguns xerifes do mundo” acharem que “eles” podem tudo e o resto do mundo fica “para servir de capacho deles”. Meu vizinho tem "um calibre 12” em casa e eu não posso ter uma arma de ar comprimido que “ele” se sente ameaçado.

Quando o Iraque foi invadido e dizimado, com morte e sofrimento de milhões de pessoas, os chamados de “países civilizados” se calaram. Nem ONU e nem ninguém ousou levantar a voz, mas a riqueza daquela nação hoje esta sendo administrada por empresas americanas e europeias.

E as armas químicas, motivo da invasão, NENHUMA GOTA.

 

Agora o pretexto são armas nucleares sendo fabricadas no Irã e pouco importa quantas vidas inocentes sejam ceifadas, vamos “acabar com aquele povo”, pois precisamos nos “precaver”, eles não são confiáveis, “mas nós somos”.

Posterior a cada ataque basta que Benjamin Netanyahu peça “desculpas” às famílias que perdem pai, mãe, filhos e netos (desculpem minha ignorância, mas acho que tem esse formato de família no Irã), que está tudo bem e desculpado. Avisa ainda que irão trocar os governantes da Nação Iraniana por “gente da sua confiança”, ou seja: “vamos colocar um lobo a cuidar das ovelhas”.

De outro local, Donald Trump se pronuncia para em dizer em alto e bom tom que “Estamos perdendo a paciência”, como se o povo iraniano pudesse ter paciência, tirar o pó das bombas que destroçam seus lares e aguardar a TPM dos agressores passar. Ah, e não podem retaliar esses ataques, senão piora.

Esquecem “esses ai” que gostam de saquear as nações mais fracas, se apoderar de suas riquezas e sempre achar que “esta tudo bem”, estão lidando agora com uma nação que tem mais de  5 mil anos, tem um “nacionalismo” nas alturas quando se trata de sua pátria e jamais irão aceitar serem subjugados.

Entendo que a maior culpa desse povo do Oriente Médio é justamente estarem “sentados nas minas de ouro negro”, as quais os “cidadãos de bem do ocidente” querem a qualquer custo, pouco importa quantos serão sacrificados por isso.

Não demora muito e “esses senhores de Países civilizados” estarão atacando nações da América do Sul.

“Afinal somos todos quase selvagens e ELES VIRÃO PRA NOS DEFENDER”, mas para que “fiquemos bem”, “ELES” irão nos tirar daqui, pois afinal Rios e mananciais de agua não podem ser transferidos para outro local, então seremos convidados a sair.

Nós, enquanto habitantes deste lado do hemisfério sul, temos um futuro sombrio, considerando que “petróleo” é o que movimenta o mundo hoje em função de fornecer energia, mas se não tiver, literalmente “vamos a pé”, mas sem agua doce ninguém sobrevive e isso em todo o planeta tem em abundância apenas aqui.

Logo, o que nos espera é estarrecedor.

 

Fica a pergunta: “E AGORA, QUEM PODERÁ NOS DEFENDER??”

 

 

 

Autor: Guilherme Quadros

Email: gqkonig@hotmail.com

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Como questionar a malandragem dos jogadores de futebol em busca do chamado "jogo limpo"?

Questionar a "malandragem" no futebol e promover o fair play é fundamental para garantir a ética, o respeito e a integridade do esporte. O fair play, que significa "jogo limpo", vai além das regras escritas e se refere a uma conduta ética, leal e honesta em todas as situações de jogo.


Como questionar a malandragem e promover o fair play:

1. Educação e Conscientização

· Desde as categorias de base: É crucial que o conceito de fair play seja ensinado desde cedo, nas escolas de futebol e categorias de base. Através de palestras, vídeos e exemplos práticos, os jovens jogadores devem entender a importância do respeito aos adversários, árbitros e às regras.

· Treinadores como modelos: Os treinadores desempenham um papel fundamental na formação do caráter dos atletas. Eles devem ser exemplos de conduta ética e incentivar o fair play em seus times, coibindo atitudes antiesportivas.

· Campanhas e ações: Clubes, federações e ligas podem promover campanhas de conscientização sobre o fair play, utilizando mídias sociais, eventos e ações com jogadores renomados para reforçar a mensagem.

2. Fortalecimento da Arbitragem e Regras

· Critérios claros para punição: Os árbitros precisam ter critérios claros e rigorosos para punir simulações, cera, faltas violentas e outras condutas antiesportivas. A aplicação consistente de cartões amarelos e vermelhos, além de outras sanções disciplinares, pode desincentivar a malandragem.

· Uso da tecnologia: O VAR (Árbitro Assistente de Vídeo), apesar de gerar debates, tem o potencial de auxiliar na identificação de lances de simulação e outras infrações que não seriam percebidas em tempo real, contribuindo para uma maior justiça no jogo.

· Regulamentos mais rígidos: As entidades reguladoras do futebol (FIFA, confederações, federações) podem revisar e, se necessário, endurecer os regulamentos para atos de má conduta, incluindo multas mais pesadas e suspensões mais longas para reincidentes.

3. Responsabilidade dos Jogadores e Clubes

· Comportamento exemplar: Jogadores, especialmente aqueles com grande visibilidade, devem ser incentivados a ter um comportamento exemplar dentro e fora de campo, servindo de inspiração para os mais jovens. Atitudes de fair play, como devolver a bola em caso de lesão do adversário ou admitir um erro, devem ser valorizadas.

· Cobrança dos clubes: Os clubes têm a responsabilidade de monitorar e, se necessário, punir seus próprios atletas por condutas antiesportivas. Isso demonstra um compromisso institucional com os valores do fair play.

· Pressão da mídia e torcedores: A mídia e os torcedores podem desempenhar um papel ativo, criticando abertamente a malandragem e elogiando o fair play, ajudando a criar uma cultura de valorização do jogo limpo.

4. Exemplos de Fair Play para incentivar:

· Devolver a posse de bola: Quando um jogador adversário se machuca e a bola é colocada para fora de jogo para atendimento médico, a equipe que retoma a posse deve devolver a bola para o time adversário.

· Admitir um toque na bola: Um jogador que admite ter tocado na bola antes de ela sair para lateral ou escanteio, mesmo que o árbitro não tenha visto, demonstra fair play.

· Levantar um adversário caído: Ajudar um adversário a se levantar após uma dividida, mesmo que intensa, mostra respeito.

Ao implementar essas medidas, é possível criar um ambiente onde o fair play seja a norma, e não a exceção, elevando o nível ético e a qualidade do espetáculo futebolístico.

Jogar limpo no futebol

No calor do futebol, onde a paixão e a rivalidade muitas vezes fervem, é fundamental lembrar da importância do fair play, ou "jogar limpo". Mais do que seguir as regras à risca, o fair play representa uma filosofia que enaltece o respeito, a ética e a integridade dentro e fora de campo.


O que significa jogar limpo?

Jogar limpo vai além de evitar faltas violentas ou simulações. Significa:

· Respeitar as decisões da arbitragem: Mesmo que não concorde, aceitar as decisões é crucial para a fluidez do jogo.

· Valorizar o adversário: Reconhecer o esforço e a habilidade do time oponente, sem provocações ou desrespeito.

· Ajudar um colega caído: Em vez de aproveitar a oportunidade, estender a mão para um jogador que precisa de ajuda, independentemente da camisa que veste.

· Admitir erros: Assumir a responsabilidade por uma infração cometida, sem tentar enganar o árbitro.

· Celebrar com moderação: Comemorar os gols com alegria, mas sem humilhar ou provocar o adversário.

· Ser um exemplo para os mais jovens: Crianças e adolescentes se espelham nos jogadores, e o fair play é uma lição valiosa para a vida.


Por que o fair play é essencial?

O fair play é a base para um futebol mais bonito, competitivo e, acima de tudo, humano. Quando os jogadores priorizam a ética, o espetáculo ganha em qualidade e a verdadeira essência do esporte se manifesta: a união, a superação e o respeito mútuo. Ele garante que o resultado final seja fruto da habilidade e do esforço, e não de artimanhas ou comportamentos antidesportivos.

Infelizmente, em alguns momentos, a busca desenfreada pela vitória pode ofuscar os princípios do fair play. Atitudes como simulações, provocações e faltas excessivas não apenas mancham a imagem do esporte, mas também geram um ambiente de hostilidade e desconfiança.

É papel de todos – jogadores, treinadores, árbitros, torcedores e dirigentes – promover e zelar pelo fair play. Afinal, um futebol jogado com lealdade é mais do que um simples jogo; é uma lição de vida, um exemplo de convivência e um espelho dos valores que desejamos ver em nossa sociedade. Que a paixão pelo futebol nos inspire a jogar sempre limpo, dentro e fora das quatro linhas.

 

domingo, 27 de abril de 2025

assistindo Liverpool x Tottenham

Mas os Hostspur jogando descobri uma coisa.

Eram os jogadores do Gremio de  Porto Alegre jogando com a camisa do Tottenham.
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Os caras lutando pra não cair e apresentam isso ?
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Tanto ai quando aqui, temos que ter pena desses jogadores: ELES NÃO RECEBEM PRA JOGAR, ELES ESTÃO PAGANDO O CLUBE DOS BOLSOS DELES PRA VESTIREM ESSAS CAMISETAS.
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Vem goleada histórica aiii!

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Parece piada mas é real: PAGAM PRA JOGAR.