Narra
um dito popular que o avestruz, ave que não voa, atinge até 60 km por hora,
chega a medir 2 metros de altura e pode viver até 50 anos, quando pressente o
perigo e tenta se proteger, procura um buraco onde coloca apenas a cabeça,
passando a impressão para si que esta protegida, claro que com o corpanzil todo
a descoberto.
Essa conotação parece,
inicialmente, um tanto quanto sem nexo, mas se considerarmos o comportamento
humano nas mais variadas situações do cotidiano, haveremos de perceber que
muitos de nós somos ou, em determinadas situações, já fomos um avestruz. Não é difícil
fazer essa comparação. Querem ver?
Muitos de nós, ao pressentirmos o
perigo, fechamos os olhos, como se assim, o perigo se dissipasse, mas isso não
acaba com aquele perigo iminente.
Muitos de nós, ao nos depararmos com
uma criança pedindo esmola, preferimos ignorar aquela cena, como se não
fossemos parte daquele contexto e não tivéssemos uma parcela naquela situação.
Muitos de nós preferimos cerrar a
visão quando nos deparamos com uma criança especial ou pessoa que necessita de
uma breve ajuda, com se não fizéssemos parte daquele cenário e deveríamos estender
a mão.
Muitos de nós preferimos a ignorância do
anonimato momentâneo à ajuda acalentadora que aquece e conforta um momento
dolorido do próximo.
Muitos de nós preferimos a virada de
rosto a uma situação desagradável vivenciada por alguém ao nosso lado, do que a
mão estendida, aquecida e forte, pronta para estancar uma dor gerada pela
falsidade, ódio e a violência.
Esses arroubos de dissociar a
realidade que nos cerca com um mundo, muitas vezes, só nosso, nada mais é do
que enterrar nossas cabeças, fugindo de uma realidade que, cedo ou tarde, pode
nos atingir de forma dolorosa, refletindo essa omissão na realidade nua e crua
do nosso dia-a-dia, tal qual o avestruz que, na ânsia de se proteger, deixa
todo o corpo exposto.
E você vai continuar sendo um avestruz?
Autor: Guilherme
Quadros
Email:
gqkonig@hotmail.com
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