O sentimento de posse das mais variadas coisas que, às vezes,
mesmo sem querer, toma conta de nós quando pressentimos que alguém ou alguma
coisa, ambiente, circunstancia e, particularmente, pessoas se aproximam do que
julgamos nos pertencer ou da qual achamos que temos posse, indo desde a pessoa
amada, passando pelos filhos, avós, netos, amigos, objetos pessoais, enfim,
tudo de que gostamos e faz parte do nosso universo e pelo qual tememos perder,
chamamos de ciúmes.
E
convenhamos que seja um sentimento perfeitamente justificável de quem “detém” a
posse do objeto ou pessoa cobiçada se considerarmos o ponto de vista do “dono
da coisa”, havemos de ponderar que por quanto tempo o “dono” tenha batalhado por
aquela conquista que pode ser uma bola de futebol que uma criança ganha e mesmo
que ela sirva apenas para jogar futebol e é para isso que foi fabricada, ainda
assim a criança que ganhou não permite que outros a chutem e a maltratem,
esfolem ou sujem o seu objeto. Perfeitamente aceitável.
Veja no caso
dos romances, tema que envolve varias nuances, já que trata da índole individual
do ser humano e da qual ainda a ciência engatinha quando o tema é justamente
explicar o comportamento humano nas relações pessoais que envolvem algum tipo
de sentimento e que determinadas atitudes podem ser chamadas de qualquer coisa menos
de racional, já que foge do cotidiano sociável, muitas vezes entrando num
universo distinto, fugindo completamente até da característica afável, amável e
social do individuo que se julga, em algum momento, preterido na relação
amorosa.
Com o
advento das redes sociais, as relações pessoas ficaram mais estreitas, próximas,
fáceis, estando a um “clic” ou “enter” do contato. Eis aí um dos pontos de
maior desentendimento nas relações das pessoas, gerando a desconfiança e
acarretando o mal fadado sentimento de ciúmes que, se não for bem administrado
leva até a cisão da relação, mesmo que haja um sentimento mutuo muito intenso
entre ambos. Ainda, que por se julgarem “modernos”, intelectualizados e
inseridos nos mais modernos meios de comunicação do momento, pecam ao não
conversarem entre si e ajustarem suas condutas dentro da relação, orbitando num
universo alheio aos seus próprios sentimentos.
Ainda tenho
em mente que o “que não quero pra mim” naturalmente “não posso fazer com o outro”
logo, se eu não quero esse contato mais estreito com os teus contatos nas redes
sociais, particularmente do sexo oposto, por certo que eu também não posso
exercitar tal preceito por que: SE EU POSSO, TU TAMBEM PODE, certo?
E vamos considerar que não é difícil de
ajustar isso. Basta apenas os casais tanto de casados, namorados, ficantes e
outros deixarem de se “acharem moderninhos” e ajustarem
suas condutas com relação à liberdade de cada um e até onde cada um pode ir sem
magoar o outro e melindrar a relação que, se for boa e saudável, tem que ser
regada a grandes doses de paixão e massageada todos os dias com muito carinho e
afeto.
Não é difícil.
É sentar, conversar e ajustar as coisas.
Todos
nós podemos, vamos praticar, hem ???
Autor: Guilherme Quadros
Email: gqkonig@hotmail.com