”Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a
lei não consegue”.
Na rede social mais difundida na
atualidade existem 1,5 bilhão de usuários. Todos, de alguma forma, conectados e
compartilhando coisas boas e ruins, criando num mundo virtual opiniões,
transformando ideias, mudando o rumo dos acontecimentos num piscar de olhos e
fazendo dos acontecimentos e noticias um quase “reality show” ao vivo para
todos.
É nesse contexto que a internet, tem
mudado o conceito de viver em sociedade e influenciado as estruturas urbanas
colocadas à disposição de seus habitantes em suas cidades. Basta uma postagem
sobre determinado assunto, o qual mexa com a rotina do cidadão, para que o
mesmo tenha milhares de “curtidas” positivas ou “opiniões negativas”, já
servindo isso de pesquisa para os gestores públicos potencializem o melhor para
aquela comunidade, naquele momento.
Hoje, de um modo geral, os gestores
públicos têm se preocupados com o bem-estar coletivo das pessoas e isso tem
sido cobrado de maneira mais efusiva por cada membro dessas comunidades, seja
na melhor distribuição da mobilidade urbana, mais espaços públicos estruturados
tais como praças e parques, limpeza de ruas e calçadas, esgotos canalizados e
tratados, de maneira a não poluir ali na frente o manancial de captação de
aguas dessas comunidades. Essas mudanças de comportamento têm colaborado,
influenciado diretamente e melhorado o padrão de vida de cada cidadão,
refletindo em hábitos mais saudáveis e na melhora do padrão de vida de todos,
nessas comunidades.
No inicio da colonização do País,
houve duas influencias europeias no modo de dispor e fundação das cidades, com
características bem peculiares a cada uma das escolas. A portuguesa ocupando os
espaços mais litorâneos, com investimentos modestos por entender naquele
momento que a nova terra não dispunha de recursos naturais e riquezas que
comportassem grandes investimentos, já a espanhola, quando pode, procurou se
inserir mais no interior do País, ocupando vales e nas cercanias dos rios e
nascentes, criando cidades mais amplas, com grandes praças referenciando o
conglomerado urbano. Devido ao grande afluxo de pessoas nas cidades no final do
século XVIII, centros urbanos como Vitoria, no Espirito Santo e Recife, em
Pernambuco tiveram que serem remodeladas em se tratando de infraestrutura,
devido ao caos que havia se instalado, sem contar que São Paulo e Rio de
Janeiro, já naquela época, eram consideradas metrópoles. Nesse contexto
caótico, daquela época, surgiu a primeira cidade projetada do País chamada Belo
Horizonte, em Minas Gerais. Cheia de alamedas e largas avenidas, com estrutura
planejada, a qual serviu de exemplos para criação de novas cidades, como por
exemplo, Brasília, já na metade do século XX.
Pesquisas apontam que, em meados do
ano 3.030, mais de 93% da população mundial estará vivendo nos centros urbanos
devido à comodidade e conforto colocados a disposição dessas pessoas. Hoje já
são projetados prédios autossustentáveis em energia, com captação e armazenagem
de água da chuva, providos de todo tipo de conforto que garanta qualidade de
vida a todos, mudando hábitos e criando, muitas vezes, famílias de “uma pessoa”,
equacionando espaços e socializando ambientes.
Nesse momento, dia 21/03/2018,
realiza-se em Brasília-DF, o VIII Fórum Mundial da Água, ocasião em que se
discutem novos hábitos a serem implementados pela população mundial dos grandes
centros urbanos, visando sua economia e o reaproveitamento. Concomitante a isso
uma noticia perturbadora a toda a humanidade toma conta do evento quando somos
informados que a Cidade do Cabo, na África do Sul se aproxima do Dia Zero, quando
não terá mais água para suprir a demanda daquela cidade, considerando uma
estiagem de mais de três anos e grandes mudanças de hábitos de todos ali
sediados que, mesmo assim, não surtiram o efeito esperado.
Logo, devemos considerar que nas
grandes metrópoles, suas populações criam e mudam hábitos, inovando em ideias
que visem uma reeducação ambiental, aproveitando, usufruindo e desenvolvendo atividades
que, ao tempo que preserve o meio ambiente, sirvam satisfatoriamente a todos os
seres vivos, lembrando que as cidades ocupam apenas 2% do território mundial e,
ao mesmo tempo, consomem 75% dos Recursos Naturais do planeta.
Guilherme Quadros
de Souza
gqkonig@hotmail.com
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