quinta-feira, 22 de março de 2018

A influência da estrutura e forma das cidades no modo de vida de seus habitantes.

Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a lei não consegue”.

                                                                                                  Sherlock Holmes

            Na rede social mais difundida na atualidade existem 1,5 bilhão de usuários. Todos, de alguma forma, conectados e compartilhando coisas boas e ruins, criando num mundo virtual opiniões, transformando ideias, mudando o rumo dos acontecimentos num piscar de olhos e fazendo dos acontecimentos e noticias um quase “reality show” ao vivo para todos.
            É nesse contexto que a internet, tem mudado o conceito de viver em sociedade e influenciado as estruturas urbanas colocadas à disposição de seus habitantes em suas cidades. Basta uma postagem sobre determinado assunto, o qual mexa com a rotina do cidadão, para que o mesmo tenha milhares de “curtidas” positivas ou “opiniões negativas”, já servindo isso de pesquisa para os gestores públicos potencializem o melhor para aquela comunidade, naquele momento.
            Hoje, de um modo geral, os gestores públicos têm se preocupados com o bem-estar coletivo das pessoas e isso tem sido cobrado de maneira mais efusiva por cada membro dessas comunidades, seja na melhor distribuição da mobilidade urbana, mais espaços públicos estruturados tais como praças e parques, limpeza de ruas e calçadas, esgotos canalizados e tratados, de maneira a não poluir ali na frente o manancial de captação de aguas dessas comunidades. Essas mudanças de comportamento têm colaborado, influenciado diretamente e melhorado o padrão de vida de cada cidadão, refletindo em hábitos mais saudáveis e na melhora do padrão de vida de todos, nessas comunidades.
            No inicio da colonização do País, houve duas influencias europeias no modo de dispor e fundação das cidades, com características bem peculiares a cada uma das escolas. A portuguesa ocupando os espaços mais litorâneos, com investimentos modestos por entender naquele momento que a nova terra não dispunha de recursos naturais e riquezas que comportassem grandes investimentos, já a espanhola, quando pode, procurou se inserir mais no interior do País, ocupando vales e nas cercanias dos rios e nascentes, criando cidades mais amplas, com grandes praças referenciando o conglomerado urbano. Devido ao grande afluxo de pessoas nas cidades no final do século XVIII, centros urbanos como Vitoria, no Espirito Santo e Recife, em Pernambuco tiveram que serem remodeladas em se tratando de infraestrutura, devido ao caos que havia se instalado, sem contar que São Paulo e Rio de Janeiro, já naquela época, eram consideradas metrópoles. Nesse contexto caótico, daquela época, surgiu a primeira cidade projetada do País chamada Belo Horizonte, em Minas Gerais. Cheia de alamedas e largas avenidas, com estrutura planejada, a qual serviu de exemplos para criação de novas cidades, como por exemplo, Brasília, já na metade do século XX.
            Pesquisas apontam que, em meados do ano 3.030, mais de 93% da população mundial estará vivendo nos centros urbanos devido à comodidade e conforto colocados a disposição dessas pessoas. Hoje já são projetados prédios autossustentáveis em energia, com captação e armazenagem de água da chuva, providos de todo tipo de conforto que garanta qualidade de vida a todos, mudando hábitos e criando, muitas vezes, famílias de “uma pessoa”, equacionando espaços e socializando ambientes.
            Nesse momento, dia 21/03/2018, realiza-se em Brasília-DF, o VIII Fórum Mundial da Água, ocasião em que se discutem novos hábitos a serem implementados pela população mundial dos grandes centros urbanos, visando sua economia e o reaproveitamento. Concomitante a isso uma noticia perturbadora a toda a humanidade toma conta do evento quando somos informados que a Cidade do Cabo, na África do Sul se aproxima do Dia Zero, quando não terá mais água para suprir a demanda daquela cidade, considerando uma estiagem de mais de três anos e grandes mudanças de hábitos de todos ali sediados que, mesmo assim, não surtiram o efeito esperado.
            Logo, devemos considerar que nas grandes metrópoles, suas populações criam e mudam hábitos, inovando em ideias que visem uma reeducação ambiental, aproveitando, usufruindo e desenvolvendo atividades que, ao tempo que preserve o meio ambiente, sirvam satisfatoriamente a todos os seres vivos, lembrando que as cidades ocupam apenas 2% do território mundial e, ao mesmo tempo, consomem 75% dos Recursos Naturais do planeta.

Guilherme Quadros de Souza
gqkonig@hotmail.com

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